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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, oferecerá à Autoridade Nacional Palestina (ANP) a negociação de um "acordo de princípios" para criar um Estado palestino na maior parte do território da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, informa nesta quarta-feira (25) o jornal "Ha'aretz". A proposta se inspira numa estratégia de Olmert. Ele acredita que é melhor negociar agora os assuntos relativamente simples de resolver e que, segundo o jornal, seriam mais facilmente aprovados pelo Parlamento (Knesset).

"Se a proposta for aceita pelos palestinos, as duas partes começariam negociações sobre as características do Estado palestino, suas instituições oficiais, sua economia e as regulações alfandegárias com Israel", explica o jornal. Só depois disso as duas partes passariam à negociação dos assuntos mais espinhosos, como a fixação de fronteiras e a liberdade de movimento entre os dois territórios do futuro estado palestino. Olmert defende a abertura de um túnel, e não de uma estrada elevada, como havia sido proposto antes, acrescenta o "Ha'aretz".

Para o diário, a proposta tem vantagens políticas para Olmert e para o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que estão próximos de enfrentar campanhas eleitorais. Abbas anunciou na semana passada sua vontade de convocar eleições antecipadas na ANP. Já o futuro de Olmert depende da publicação de um relatório sobre o conflito no Líbano, em 2006. "Olmert sabe que o público israelense apóia majoritariamente a solução de dois estados e poderia obter o voto a favor de 82 deputados com o atual Parlamento", analisa o "Ha'aretz".

O governo israelense não acha possível negociar no momento um acordo de paz que resolva todas as questões em disputa com os palestinos, principalmente as fronteiras definitivas, a questão de Jerusalém e a dos refugiados. Os temas difíceis ficariam para uma segunda etapa do processo. Mas a proposta de Olmert já incluiria, aparentemente, a oferta de um futuro Estado em Gaza e cerca de 90% do território da Cisjordânia, com algum intercâmbio de território para não ter que movimentar os grandes blocos de assentamentos judaicos. Os palestinos também poderiam declarar Jerusalém como sua capital.

Olmert apresentou parte da proposta a Abbas em sua última reunião, no dia 16. Segundo o jornal, a proposta israelense é uma alternativa à da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.

Terra-por-paz

Enviados do Egito e da Jordânia abriram nesta quarta-feira (25) as primeiras conversas em Israel sobre um plano da Liga Árabe de terra-por-paz. A iniciativa de terra-por-paz oferece a Israel relações normais com todos os países árabes em troca de uma retirada completa de terras que o país tomou durante a Guerra dos Seis Dias, de 1967, da criação de um Estado palestino e de uma "solução justa" para os refugiados palestinos. O plano foi aprovado em comum acordo pela Liga Árabe em 2002 e revalidada em março de 2007.

Inicialmente, Israel se mostrava contra o plano, mas este ano, o premiê Ehud Olmert afirmou publicamente que está disposto a "estudar" e a "negociar" a oferta. A Liga, porém, afirma que não há pontos negociáveis. Os estados-membros dizem que não dialogarão enquanto Israel não aceitar todas as suas reivindicações.

A visita de um dia a Jerusalém e Tel Aviv é a primeira de representantes da liga para promover o plano, que busca estimular Israel a ceder terras árabes ocupadas em troca do reconhecimento árabe do estado judaico. "Estamos estendendo uma mão de paz a vocês em nome de toda a região, e esperamos que possamos criar a ocasião necessária para retomar negociações frutíferas e produtivas" entre Israel, os palestinos e os Estados árabes, disse o ministro das Relações Exteriores jordaniano, Abdelelah al-Khatib, ao presidente israelense, Shimon Peres.

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