O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou hoje ser inadmissível que países estrangeiros forneçam armas à oposição síria. A mensagem é um alerta à França, que há duas semanas deu apoio à coalizão opositora.
"Do ponto de vista do direito internacional, é inadmissível apoiar outra força política quando o principal adversário de um governo legítimo de um país", disse, em entrevista ao jornal "Le Figaro", antes de uma viagem a Paris, em que será recebido pelo presidente François Hollande.
O chefe de governo russo insistiu que o futuro político da síria deve ser decidido pelo seu povo e não pela entrega de armas de outro país.
"Não gostaríamos que a Síria se desintegre e que nasça um novo foco de tensão, explorado por extremistas religiosos. Isso não beneficiaria nem a França nem a Rússia".
No entanto, ele defendeu o envio de armamentos da Rússia à Síria e afirmou não poder interrompê-lo por causa de um acordo bilateral entre os dois países datado da década de 1970.
Questionado sobre o reconhecimento francês da oposição como legítimo representante sírio, Medvedev considerou a medida contestável, advogou pela não interferência em questões internas de outro país e disse que Moscou adota posição neutra.
Combates
Hoje, ativistas da oposição dizem que rebeldes controlaram uma usina hidrelétrica na região do rio Eufrates, no norte do país, após dias de intensos combates com tropas do governo.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, informou que a planta supre diversas áreas da Síria com eletricidade, o que poderia ser uma grande perda para o regime de Bashar Assad.
Os opositores também dizem que tropas insurgentes tomaram conta da maioria dos caminhos entre a Província de Raqaa, onde fica a usina, e Aleppo, segunda maior cidade do país e um dos principais campos de combate dos rebeldes.
O Observatório ainda informa que oito crianças morreram enquanto brincavam na cidade de Deir al Asafir, próxima à capital Damasco, em bombardeios de tropas governamentais.
As informações não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime de Assad aos jornalistas.



