O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusado de escândalos de corrupção, tem ameaçado tomar medidas mais drásticas para censurar a internet como bloquear os sites do Facebook e YouTube. O presidente Abdullah Gül, no entanto, descartou a possibilidade nesta sexta-feira.
"YouTube e Facebook são plataformas reconhecidos mundialmente. Sua proibição não está será contemplada", declarou Gül à imprensa.
Os comentários do premier, feitos na noite de quinta-feira, respondem à divulgação na internet de gravações incriminatórias de suas chamadas telefônicas, entre elas uma em que supostamente Erdogan dá instruções ao filho para que se desfaça de grandes quantidades de dinheiro que se encontravam em uma residência de sua propriedade em meio a uma investigação contra o primeiro-ministro por atos ilícitos.
Na gravação de áudio, com data de 17 de dezembro, um homem apresentado como o primeiro-ministro turco pede a outro, supostamente seu filho mais velho, Bilal, que faça desaparecer quase 30 milhões de euros, poucas horas depois de uma operação policial contra dezenas de pessoas ligadas ao governo.
Erdogan reconheceu que algumas das gravações são reais mais disse que foram fabricadas. Acusou os seguidores de um clérigo muçulmano residente nos Estados Unidos de orquestrar as acusações de corrupção contra ele antes das eleições locais em 30 de março.
No mês passado, o governo fez uma série de mudanças na legislação para aumentar seu controle da internet, o que provocou protestos.
