Tóquio O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou ontem diante do Parlamento que chegou o momento de o país fazer uma profunda revisão do regime imposto pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial (19391945), incluindo a Constituição pacifista japonesa. Abe reafirmou sua sede de reformas durante discurso na abertura das sessões da Dieta (Parlamento), o que tradicionalmente marca as principais linhas políticas do chefe de governo do Japão para o novo ano. "É o momento de revisar a fundo o regime do pós-guerra e de voltar ao ponto de partida" a fim de "desenhar uma nova imagem nacional", afirmou o premier.
O Japão do século 21, para seu atual governante, deve ter um papel de maior destaque internacional, fortes laços com os EUA e ser "uma nação modelo para o mundo".
"É minha missão desenhar uma nova imagem nacional que possa fazer frente aos desafios dos próximos 50 ou 100 anos", afirmou Abe, reiterando seu conhecido ideário a favor de "um belo Japão".
Apesar de não conter novas propostas, a mensagem foi recebida no país como a afirmação mais clara de Abe sobre sua intenção de reformar o regime imposto pelos EUA após a derrota japonesa que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. As reformas passam por mudanças na Constituição e na lei de educação, ambas promulgadas em 1947, logo após o fim da guerra, e que promovem ideários pacifistas.
A Carta Magna proíbe a participação do Japão em programas de defesa coletiva e em qualquer conflito armado, inclusive em operações de paz sob comando da ONU, já que limita a atividade militar do país à defesa.
Abe disse ainda que sua "principal prioridade" durante o ano será a reforma da lei de educação que vigora desde 1947 e que pretende aumentar a consciência patriótica nas salas de aula.



