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O presidente da China, Hu Jintao, disse nesta quinta-feira (8) que a corrupção pode ser fatal para o país, em discurso de abertura do 18º Congresso do Partido Comunista Chinês, que começou nesta quinta.

Sem fazer referência aos casos ocorridos durante os últimos cinco anos, como o do ex-dirigente Bo Xilai, o mandatário qualificou o fenômeno como endêmico e disse que a má conduta dos dirigentes "pode provocar a derrubada do Partido e do Estado".

"Se fracassarmos no tratamento correto deste assunto, isto pode ser fatal", disse, prometendo que nenhum dirigente do partido abuse de poder concedido.

"Devemos garantir que todos são iguais perante a lei; nenhuma organização, nenhum indivíduo tem o privilégio de pisotear a Constituição", completou. De saída da liderança do partido e da presidência do país, Hu Jintao enfrentou os escândalos de corrupção do ex-dirigente de Chongqing, Bo Xilai, e do ex-ministro de Ferrovias, Liu Zhijun. Integrante do alto escalão, Bo foi expulso do partido no final de outubro e será processado pela Justiça comum após se envolver na morte do empresário britânico Neil Heywood, em novembro do ano passado.

Pequim considerou que a mulher dele, Gu Kailai, matou o estrangeiro e que o crime foi encoberto pelo dirigente com a ajuda do chefe de polícia da cidade, Wang Lijun, que denunciou o assassinato. Além dos dois casos, nas últimas semanas o Partido Comunista também foi atingido por denúncias contra o atual primeiro-ministro, Wen Jiabao, por enriquecimento ilícito, e contra o vice-presidente Xi Jinping, virtual futuro presidente.

Democracia

Em seu discurso de uma hora e meia no Congresso para os mais de 2.300 delegados, o presidente ainda defendeu a importância das reformas políticas, um aspecto no qual o balanço de seu governo é considerado frágil.

"A reforma da estrutura política é uma parte importante das reformas globais da China. Devemos continuar nossos esforços, ativa e prudentemente, para prosseguir na reforma da estrutura política e ampliar a democracia popular", declarou Hu Jintao. "Devemos dar mais importância a melhorar o sistema democrático com o objetivo de garantir que o povo possa ter eleições e decisões democráticas", completou.

O primeiro dia do Congresso foi aberto à imprensa internacional. As sessões prosseguirão a portas fechadas até o dia 14, quando serão revelados os sete ou nove membros da nova direção suprema da China. A previsão é que eles façam uma breve aparição para fotos.

Na ocasião, o atual vice presidente e secretário-geral do PC chinês, Xi Jinping, deverá ser reconhecido como novo presidente, sendo que sua posse é programada para março de 2013.

Xi deve governar uma China em plena mutação, com uma economia quase capitalista afetada pela crise financeira europeia e uma população ávida por reformas políticas e transparência, sobretudo a respeito da riqueza das autoridades comunistas.

Mais de 80% dos chineses que moram nas áreas urbanas desejam mudanças políticas, segundo uma pesquisa divulgada na quarta-feira pela imprensa oficial. E os mais de 500 milhões de internautas do país são bastante críticos, apesar da rígida censura.

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