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O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, manteve o silêncio nesta quarta-feira (2) depois de o Congresso ter aberto o caminho para que ele dispute um terceiro mandato consecutivo.

A Câmara de Representantes da Colômbia aprovou na madrugada desta quarta a convocação de um referendo para modificar a Constituição e permitir a candidatura do chefe de Estado pela terceira vez.

A bancada governista conseguiu na Câmara 85 dos 84 votos necessários para aprovar a iniciativa, que agora precisa passar pela Corte Constitucional. Esta deve decidir se o trâmite não teve vícios de conteúdo ou forma. Cinco representantes votaram contra.

O presidente da Câmara, Edgar Gómez, permitiu a intervenção de 16 congressistas, a maioria opositores da iniciativa, e pouco depois da meia-noite local (2h de Brasília) ordenou a votação, após um debate de mais de 12 horas.

Os debates do referendo para a reeleição foram precedidos por denúncias dos principais partidos de oposição, o Liberal e o Polo Democrático, segundo os quais Uribe está realizando manobras ilegais para permanecer no poder.

O presidente colombiano tem um índice de popularidade de 68%, segundo pesquisas locais. Se a iniciativa for autorizada pela Corte Constitucional, ele pode se tornar o primeiro presidente colombiano na história a governar por três mandatos consecutivos desde Rafael Nuñez no fim do século XIX.

Uribe já havia conseguido em 2006 que o Congresso modificasse a Constituição para concorrer à reeleição para um segundo mandato consecutivo, em uma votação que ainda é objeto de investigação judicial depois que uma congressista afirmou ter recebido suborno em troca de apoio.

O plano para convocar o referendo, que deve acontecer ainda este ano, foi salpicado de denúncias sobre irregularidades desde que o início do trâmite, em meados de 2008, com a coleta de quase cinco milhões de assinaturas realizada pelo Partido de la U (Social da Unidade Nacional), um dos seis que integram a coalizão governante.

Uribe tem manifestado de maneira reiterada a intenção de fazer tudo o que estiver a seu alcance para dar continuidade a suas políticas.

Uribe mantém a popularidade graças a uma política rigorosa que permitiu dar duros golpes na guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), além de obter o melhor resultado da economia em 30 anos, com um crescimento do PIB de 7,52% em 2007.

A oposição o acusa de conseguir os êxitos militares com o aumento das violações aos direitos humanos e de utilizar uma estratégia econômica que beneficia apenas os grandes capitais.

Uma pesquisa realizada em julho pelo instituto Gallup mostrou que 60% dos colombianos estão dispostos a votar no referendo e que destes 76% são favoráveis a Uribe.

A aprovação na Câmara era o último trêmite legislativo do processo que pretende modificar a Constituição para que Uribe, um advogado de direita de 57 anos, possa participar como candidato na eleição presidencial de 2010.

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