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Ahmed al-Sharaa

Presidente da Síria promete continuar “perseguindo remanescentes do ex-regime” de Assad

O novo líder da Síria, Ahmed al-Sharaa (Foto: EFE/EPA/Ministério das Relações Exteriores da Turquia)

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O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, prometeu nesta sexta-feira (7) continuar "perseguindo os remanescentes do ex-regime" de Bashar al-Assad, em sua primeira aparição pública após dois dias de confrontos entre as forças de segurança e grupos leais ao ex-líder, que deixaram mais de 230 pessoas mortas.

"Continuaremos a perseguir os remanescentes do ex-regime e enviaremos a um julgamento justo aqueles que cometeram crimes contra o povo", afirma Sharaa em discurso televisionado, no qual parabenizou as novas forças de segurança sob seu comando pelo "compromisso de proteger os civis".

Essa foi a primeira reação do presidente interino após dois dias de intensos confrontos nas províncias mediterrâneas da Síria que deixaram mais de 230 mortos, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

A ONG, no entanto, denunciou que, durante esses combates, as forças de segurança sírias cometeram "cinco massacres que custaram a vida de 162 civis" da minoria religiosa alauíta, à qual pertence à família Assad. A maioria dessas pessoas foi executada, de acordo com o Observatório.

Sem se referir explicitamente a esses eventos, Sharaa conclamou suas forças a "não permitir que ninguém cometa excessos ou exagere".

"O que nos distingue do nosso inimigo é a nossa adesão aos nossos princípios. Se renunciarmos à ética, seremos iguais ao nosso inimigo", opinou o presidente interino, que afirmou que os grupos leais a Assad "procuram provocar" distúrbios e desestabilizar a situação de segurança no país.

Nesse sentido, assegurou que a "nova Síria" está "unida de leste a oeste e de norte a sul" e que seu governo busca "reformar o país" após mais de uma década de guerra, lembrando que não quer "matar ninguém" e pediu aos remanescentes de Assad que entreguem suas armas.

Esses confrontos, os mais mortais desde a queda do ex-presidente, eclodiram após ataques de grupos pró-Assad contra as forças de segurança e aumentaram os temores de um novo conflito em um momento em que as autoridades de Damasco estão tentando retratar uma imagem de unidade entre os diferentes grupos étnicos e religiosos que vivem lado a lado na Síria.

A minoria alauíta representa cerca de 10% da população síria e é o ramo do islã xiita professado pela família Assad, cujos principais redutos estavam nas províncias de Latakia e Tartous.

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