
O governo do Equador adotou ontem várias medidas contra suspeitos de envolvimento no motim de policiais durante o qual o presidente Rafael Correa ficou isolado em um hospital por várias horas. No total, sete pessoas morreram e 200 ficaram feridas na confusão. O ministro do Interior, Gustavo Jalkh, informou que entre as ações tomadas como resultado da rebelião está a retirada das armas da unidade de motociclistas da polícia. Além disso, os homens do Regimento Quito foram redistribuídos em várias unidades, "como medida preventiva". "Vários oficiais tiveram alteradas suas responsabilidades: já não comandam grupos", disse Jalkh. Também foram abertos "processos administrativos por má conduta em tribunais de disciplina", segundo ele.
O procurador-geral do Equador, Washington Pesántez, afirmou que os policiais amotinados "serão punidos conforme o código penal comum, esse é um delito não policial, é um delito comum".
A Lei do Serviço Público, que provocou o motim dos policiais na semana passada, entrou em vigência ontem. Junto a essa lei, também entraram em vigência o Código de Ordenamento Territorial e a Lei de Educação Superior, a qual provocou protestos de estudantes e professores universitários.
Na quinta-feira, policiais do principal quartel da cidade, o Regimento Quito, agrediram o presidente quando este tentou encerrar o protesto contra a lei que reduz os benefícios trabalhistas e pagamentos de bônus a policiais, militares e outras categorias de funcionários públicos. Após sofrer uma agressão, Correa foi retirado para um hospital policial próximo, onde permaneceu confinado durante várias horas, até militares leais tomarem a instalação e, em meio a um tiroteio, retirarem o líder.
A ministra de coordenação de política econômica, Katiusha King, disse que a administração do presidente Correa não planeja nenhuma mudança nas suas políticas econômicas, e ao contrário, irá aprofundar as mudanças radicais que estão em curso. "O objetivo das reformas é a justiça social, por isso ocorrerão mudanças rápidas, profundas e radicais", disse King.



