O presidente iemenita Ali Abdullah Saleh ficou ferido no início deste mês por uma bomba plantada em uma mesquita no interior do palácio presidencial, mas está se recuperando e retornará ao Iêmen em breve, disse à Reuters uma fonte próxima a ele.
A saúde e o destino de Saleh vêm sendo temas de relatos conflitantes nas três semanas passadas desde o ataque, que o obrigou a buscar tratamento médico na capital da Arábia Saudita, Riad. As circunstâncias do ataque, em 3 de junho, também não tinham sido esclarecidas.
"A bomba na mesquita explodiu muito perto do presidente. Ele teve muita sorte de ter escapado," disse a fonte, que estava com Saleh no momento do ataque.
Autoridades iemenitas tinham acusado anteriormente uma coalizão tribal de oposição de disparar morteiros contra o palácio, acusação que a coalizão rejeitou. A fonte se negou a dizer quem imaginava que tenha plantado a bomba.
Saleh deixou no Iêmen um Estado quase falido que vem sendo abalado por meses de protestos contra seu governo, no poder há três décadas. Alguns de seus generais o abandonaram, e o Iêmen enfrenta uma rebelião no sul, violência separatista no norte e uma ala ressurgente da Al Qaeda.
Aludindo a informações largamente circuladas sobre os ferimentos sofridos por Saleh, a fonte disse que o presidente teve menos de 40 por cento de seu corpo queimado.
"Depois de a bomba explodir, vários foguetes foram disparados na direção da mesquita, mas as pessoas dentro dela já tinham arrastado o presidente para fora," disse a fonte, que também sofreu ferimentos nas pernas e no peito no mesmo ataque.
A fonte disse em Riad que a saúde de Saleh já melhorou o suficiente no hospital para que ele possa retornar ao Iêmen dentro em breve. "Ele quer discursar para o povo do Iêmen na televisão iemenita em muito pouco tempo," disse a fonte.
O secretário de imprensa de Saleh disse em Sanaa no domingo que Saleh fará uma aparição para a mídia em 48 horas.
Quando retornar ao Iêmen, Saleh pretende propor duas soluções, disse a fonte.
"A primeira seria transferir todo o poder para o Parlamento e ele mesmo funcionar como líder apenas figurativo," disse a fonte. "A segunda seria permitir a formação de um governo de coalizão, promover eleições presidenciais antecipadas e deixar o poder sem alarde."
"O importante é que Saleh deseja uma transferência de poder pacífica, e isso não acontecerá da noite para o dia. A formação de um governo de coalizão leva tempo," disse a fonte.
