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Em sua primeira entrevista a uma TV ocidental, o novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, mostrou uma mudança radical na postura de Teerã em relação a Israel. Quando perguntado sobre o país, Rouhani afirmou que o governo iraniano não busca guerras e que defende que o Oriente Médio seja governado pelo desejo das urnas. A declaração segue uma linha oposta a que era defendida por seu antecessor, Mahamoud Ahmadinejad, que disse mais de uma vez que Israel deveria ser "varrido do mapa".

"O que nós desejamos é que essa região seja governada pelo desejo dos povos. Nós acreditamos nas urnas. Nós não buscamos guerra com nenhum país. Nós buscamos paz e amizade entre as nações da região", afirmou. "O que é importante para o Irã é que os países, as pessoas da região, cresçam juntos e evitem agressões e injustiça.

Em um outro momento da entrevista, Rouhani falou sobre mais liberdade na internet e defendeu que os iranianos tenham maior expressão na rede. Restrito desde 2009, o acesso ao Twitter e ao Facebook foi liberado na segunda-feira, renovando a esperança do abrandamento da censura. No entanto, os filtros foram recolocados horas depois, sem grandes explicações do governo.

"Nós queremos que as pessoas, em sua vida privada, sejam completamente livres. No mundo de hoje, ter acesso à informação e o ao livre diálogo e ao pensamento livre é um direito de todas as pessoas, incluindo do povo do Irã", defendeu. "As pessoas devem ter acesso completo à todas as informações pelo mundo".

Rouhani também chegou a falar sobre a criação de uma comissão para direitos humanos no país, mas não deu mais detalhes e nem divulgou quando o grupo pretende ser criado. Na primeira parte da conversa com os jornalistas americanos - divulgada na quarta-feira - ele afirmou que o Irã não está e nem pretende criar armas nucleares e que seu governo tem completa autoridade para negociar um acordo com o Ocidente sobre a questão polêmica.

Analistas avaliam que as declarações de Rouhani são um esforço para melhorar as relações do Irã com o Ocidente e aliados. Elas acontecem a poucos dias do presidente viajar aos EUA para a reunião da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na quarta-feira, o país surpreendeu ao libertar ontem 11 presos políticos. Todos ativistas políticos ou de direitos humanos detidos arbitrariamente há três anos, na repressão violenta aos protestos de rua que se seguiram à eleição presidencial de 2009.

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