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Desafios do mundo moderno podem levar a modificação do Tratado de Itaipu: reivindicação ao preço da energia comprada, livre disponibilidade da energia produzida e transparência são as solicitações de Lugo | Jamil Bittar / Reuters
Desafios do mundo moderno podem levar a modificação do Tratado de Itaipu: reivindicação ao preço da energia comprada, livre disponibilidade da energia produzida e transparência são as solicitações de Lugo| Foto: Jamil Bittar / Reuters

Brasil e Paraguai criarão comissão para analisar Itaipu

Após uma reunião de mais de duas horas entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Paraguai, Fernando Lugo, os dois governos decidiram nesta quarta-feira (17) criar uma comissão para analisar a situação da hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, será uma mesa de conversação técnica, a ser implementada no prazo de dez dias. O objetivo, segundo ele, é fazer com que "tanto os brasileiros quanto os paraguaios se sintam suficientemente atendidos por Itaipu."

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O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, informou nesta quarta-feira (17) depois de um encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, que vai propor seis eixos de negociação com o governo brasileiro para mudar os termos do Tratado da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Ele não adiantou os pontos de discussão. Lugo, que tem uma reunião de trabalho com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta, defendeu que qualquer tratado pode ser modificado quando não responde aos desafios do mundo moderno e quando há vontade de ambas as partes envolvidas.

Viemos começar um diálogo com Marco Aurélio Garcia [assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República] e o certo e concreto é a vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de abrir o diálogo. Não podemos pressupor aberturas tanto do Brasil quanto do Paraguai, temos que que encontrar novas fórmulas para que a energia gerada em Itaipu seja mais justa para os dois países, afirmou Lugo.

O governo paraguaio reivindica a revisão do preço da energia comprada pelo Brasil, além da livre disponibilidade da energia produzida e mais transparência na administração da usina.

O presidente Lugo acredita que os dois países começarão um novo tipo de relacionamento, que levará o Paraguai a desenhar um novo país.

Queremos sempre ser porta-vozes da grande maioria e queremos em primeiro lugar boas relações com todos e principalmente com os vizinhos, e sobretudo com regras claras e justas que possamos ter para que todos possam ganhar, disse.

Questionado sobre como lidará com os conflitos agrários que ocorrem na fronteira com o Brasil, Lugo adiantou que na próxima semana participará de uma reunião na qual será discutido um projeto de reforma agrária com todos os representantes da sociedade.

O Paraguai está mudando. Chega uma hora em que pode se sentar mesa e elaborar juntos e sem traumas um modelo de reforma agrária consensual, no qual todos podem sair ganhando, defendeu.

Lugo elogiou a agenda positiva do encontro com os empresários brasileiros, que, segundo ele, girou em torno da idéia de construir juntos, porque o Paraguai necessita de empresários sérios para construir seriamente nosso país.

O presidente paraguaio disse que outros encontros entre empresários dos dois países estão sendo pensados. O Paraguai quer ter e colocar regras claras e ser um país sério. A agenda positiva é essa agenda que está um pouco escondida. Para superar essa agenda de desconfiança, estou apostando pela claridade, pela transparência e pela honestidade, afirmou.

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