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O presidente da Universidade de Harvard, Alan Garber, pediu desculpas nesta terça-feira (29) pela falha da instituição em combater ações antissemitas e antimuçulmanas no campus desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023.
A manifestação surge após a divulgação de relatórios da própria universidade, que apontaram para o aumento da intolerância e "conflitos às vezes violentos" entre os estudantes.
Na carta aberta, Garber afirma que "o ano letivo de 2023-2024 foi decepcionante e doloroso".
"Sinto muito pelos momentos em que não conseguimos atender às altas expectativas que, com razão, estabelecemos para a nossa comunidade. O grave e extenso impacto do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e suas consequências tiveram sérias repercussões em nosso campus", continuou.
A carta, no entanto, foi marcada por declarações genéricas de Garber, que mencionou dificuldades de inclusão sentidas por "alguns estudantes" nesse período.
O presidente de Harvard concluiu dizendo que a instituição estava preparada para implementar "algumas recomendações", incluindo uma revisão de políticas disciplinares, um projeto de pesquisa sobre antissemitismo e uma análise histórica de muçulmanos e palestinos.
"Que nossos sucessores, sejam eles judeus, israelenses, muçulmanos, árabes, palestinos ou de qualquer combinação de origens e perspectivas, encontrem Harvard como um lugar onde possam ser eles mesmos, expressar suas opiniões livremente e encontrar simpatia e compreensão — um lugar onde todos sejam aplaudidos enquanto perseguem seus sonhos", disse Garber.
A direção de Harvard abriu duas forças-tarefas no início do ano passado para apurar as manifestações contra a guerra em Gaza no campus. As atividades foram criticadas pela condução dos trabalhos, considerados controversos, principalmente após a descoberta de que uma das lideranças de uma das forças-tarefas contra antissemitismo, Derek J. Penslar, assinou uma carta descrevendo Israel como "um regime de apartheid".
No início do mês, o governo de Donald Trump começou a pressionar a universidade para implementar políticas mais duras de combate ao antissemitismo. Desde então, as partes vivem um impasse, que resultou no congelamento de bilhões de dólares do financiamento federal. A universidade, então, entrou com uma ação judicial em resposta na semana passada.




