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Equador

Presidente suspende publicidade oficial de meios 'mercantilistas'

Rafael Correa disse não ter por que, com dinheiro dos equatorianos, financiar negócios de seis famílias, em alusão aos dirigentes de jornais

O presidente equatoriano, Rafael Correa, que mantém uma postura de enfrentamento com um setor da imprensa de seu país, ao qual acusa de querer desestabilizá-lo, determinou este sábado (28)que seu governo suspenda a publicidade oficial paga aos meios de comunicação "mercantilistas".

Durante seu informe semanal de trabalho, o mandatário se dirigiu ao secretário (ministro) de Comunicação, Fernando Alvarado, para dizer-lhe: "De agora em diante, não mande publicidade oficial a meios mercantilistas".

"Não temos por que, com dinheiro dos equatorianos, beneficiar o negócio de seis famílias deste país. Não mande publicidade oficial, acabou", acrescentou Correa.

O presidente tinha desafiado a imprensa a recusar a publicidade oficial paga, o que, segundo ele, levou o diretor executivo da Associação Equatoriana de Editores de Jornais (AEDEP), Diego Cornejo, a dizer em um meio que os membros deste grêmio "não vão enviar esta carta porque atenta contra a lógica do negócio".

Integram a AEDEP jornais populares como El Universo, do porto de Guayaquil (sudoeste).

Em fevereiro passado, três diretores e um ex-editor do periódico foram condenados a três anos de prisão e ao pagamento de uma indenização de 40 milhões de dólares a Correa, que os processou por injúria. O presidente pediu depois a anulação da sentença.

Em junho passado, Correa proibiu seus funcionários de conceder entrevistas a meios de comunicação privados, aos quais acusa de "mercantilistas" e de ter atitudes "monopólicas", o que gerou questionamentos.

O relator da ONU para a liberdade de expressão, o guatemalteco Frank La Rue, disse à AFP em Genebra: "não penso que um presidente faça bem em dizer aos funcionários do governo que falem com alguns (meios) e não falem com outros".

"Isto é se meter em problemas porque isto é gerar um mecanismo de censura. Quem determina quais são monopólicos ou não?", acrescentou La Rue.

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