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Horas depois de o ministro do Interior ucraniano afirmar ser "fútil" a tentativa de uma negociação pacífica no país, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, encontrou-se com líderes da oposição e ofereceu cargos no governo numa tentativa de pôr fim aos protestos que sacodem o país há meses. A agitação se agravou nesta semana, com a morte de dois ativistas.

Participaram do encontro com o presidente Arseni Yatsneniuk, chefe do partido da opositora Yulia Timoshenko, e o nacionalista Oleg Tiagnybok. Segundo mensagem publicada na página da Presidência ucraniana na internet, Yanukovych vai oferecer o cargo de primeiro-ministro a Yatsneniuk, ex-ministro da economia, enquanto o famoso boxeador ucraniano Vitaly Klitschko poderá ficar com o posto de vice-primeiro-ministro para questões humanitárias. Se Yatsneniuk aceitar a indicação, o presidente está pronto para aceitar a renúncia do governo do atual primeiro-ministro Mykola Azarov.

Mais cedo, no entanto, o ministro do Interior, Vitaly Zakharchenko, disse que as negociações com os manifestantes haviam falhado. Ele ainda os acusou de assassinar e capturar policiais e de acumular armas de fogo nas sedes dos sindicatos. Manifestantes tentaram ocupar o Ministério da Energia em Kiev, enquanto os protestos continuam por várias regiões do país.

Na mesma mensagem no site da Presidência, Yanukovych prometeu tratar os manifestantes detidos com leniência, mas desde que a oposição controle os radicais que estão entrando em confronto com as forças de segurança e persuada os invasores a deixar os prédios do governo que foram ocupados.

Antes da reunião, Yanukovich afirmou que não vai renunciar, o que é exigido pelos manifestantes, e se recusou a antecipar as eleições. Ele ofereceu ainda algumas concessões menores, como emendas às leis antiprotestos recentemente aprovadas. Mas a oposição não ficou satisfeita com as possíveis concessões.

A mobilização popular na Ucrânia teve início em novembro, quando o governo se preparava para assinar um acordo comercial com a UE. No entanto, o governo preferiu assinar um acordo segundo o qual a Rússia comprará US$ 15 milhões em títulos ucranianos e cortará em um terço o preço do gás exportado à ex-república soviética. Sem o pacto com a UE, os opositores passaram a defender a renúncia do governo, a realização de eleições antecipadas e, mais recentemente, a revogação das leis antiprotestos.

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