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Hassan Rouhani, presidente do Irã, e Ban Ki-moon, secretário da ONU, durante encontro em setembro do ano passado | Eric Thayer/Reuters
Hassan Rouhani, presidente do Irã, e Ban Ki-moon, secretário da ONU, durante encontro em setembro do ano passado| Foto: Eric Thayer/Reuters

Bashar Assad quer disputar próxima eleição

O ditador da Síria, Bashar Assad, afirmou ontem que "há muitas chances" de que dispute a eleição presidencial de junho. Em entrevista à televisão estatal síria, ele disse que Damasco defenderá o combate ao terrorismo na conferência sobre o conflito no país árabe, que acontece amanhã.

O mandatário considera que nada impede de que ele apresente sua candidatura ao pleito, que deve acontecer apesar dos confrontos que já deixaram mais de 100 mil mortos em quase três anos. "Se a opinião pública pedir, não hesitarei um minuto em fazê-lo, o que quer dizer que há muitas chances", disse.

Guerra longa

Para o ditador, a guerra com os rebeldes ainda será longa. Ele descartou qualquer possibilidade de entrada de opositores em seu governo. A medida está no plano de transição política aprovado na conferência de Genebra, em junho de 2012, e deve nortear o evento convocado pela ONU. Assad ainda acusou a Coalizão Nacional Síria de ter sido montada pelos serviços de inteligência internacionais.

  • Assad:

Após forte pressão dos EUA e de ameaças de boicote da oposição síria, as Nações Unidas decidiram retirar o convite feito ao Irã para participar da conferência pela paz na Síria, marcada para começar amanhã, em Montreux (Suíça), e se estender nos dias seguintes em Genebra.

Na noite de domingo, a ONU anunciou que Teerã fora convidado ao evento. O país persa confirmou presença, mas alertou que não estava comprometido com o estabelecimento de um governo de transição na Síria, um dos termos acordados na primeira conferência de Genebra, em 2012.

A notícia causou imediata reação dos demais participantes da reunião. Diplomatas dos EUA reuniram-se com a ONU para discutir o convite. Funcionários do Departamento de Estado afirmaram que esperavam da ONU uma reconsideração. Ontem, em nota, o Departamento disse que agora era hora de "todos retomarem o foco, que é encerrar o sofrimento sírio (...) por meio de uma transição política".

A Coalizão Nacional Síria, principal grupo de oposição, afirmou que boicotaria as negociações, caso o Irã não fosse desconvidado. Depois, em comunicado, disse que a ONU "tomou a decisão certa". Em resposta, Sergei Lavrov, chanceler da Rússia – país aliado do regime de Bashar Assad –, classificara de "pirraça" a posição dos rebeldes sírios.

Um dos participantes do evento, o Brasil enviará o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos. O número 2 representará o chanceler Luiz Alberto Figueiredo, encarregado de preparar a ida da presidente Dilma Rousseff ao Fórum Econômico Mun­dial, em Davos (Suíça).

A conferência é uma tentativa da comunidade internacional de encerrar a crise, com implicações regionais, a exemplo da recente instabilidade no Líbano. Os atrasos nas negociações são seguidos pelo agravo da crise humanitária, no país. A ideia de que rebeldes formem um governo na Síria foi, considerada uma "piada" pelo ditador sírio Bashar Assad.

Pessimismo

Apesar da movimentação política em torno da conferência de paz que acontece amanhã na Suíça, não é esperado um acordo para dar fim ao conflito. Embora o regime sírio tenha concordado com um cessar-fogo, as maiores forças rebeldes, moderadas ou radicais ligadas à Al-Qaeda, rejeitam qualquer saída negociada à guerra civil, que deixou mais de 100 mil mortos em três anos. O evento terá a participação de 40 países e organizações internacionais.

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