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Europa

Pressionado, premier húngaro planeja impor toque de recolher

Budapeste – O governo húngaro armou um forte esquema de segurança no centro de Budapeste para impedir que as manifestações pela renúncia do primeiro-ministro, Ferenc Gyurcsany, degenerem em violência e confrontos com a polícia. Ao mesmo tempo, o ministro da Justiça deixou claro, ontem, que as autoridades estudam a possibilidade de impor o toque de recolher.

"A Constituição estabelece claramente o que pode ser feito em casos como este. Temos de avaliar e, se a tendência vista não mudar, temos de considerar a introdução do toque de recolher ou o recurso a outras ferramentas", disse o ministro da Justiça, Jozsef Petretei a uma rádio local. Ontem, diminuiu o número de manifestações.

Origem

Os protestos começaram no domingo à noite, depois que a rádio estatal divulgou a gravação de um discurso feito por Gyurcsany a correligionários de seu partido em maio, no qual ele admite ter mentido sobre a situação da economia húngara para conseguir reeleger-se, em abril.

Na segunda e terça-feira cerca de 10 mil pessoas se concentraram diante do Parlamento para exigir a renúncia de Gyurcsany. Nesses dois dias, algumas centenas de manifestantes partiram para a violência, o que deixou um saldo de pelo menos 200 feridos, incluindo 4 policiais em estado grave, e 137 presos. Na noite de ontem, 15 mil pessoas se concentraram na praça diante do Parlamento, sob vigilância de uma centena de policiais. Outras patrulhas estavam em ônibus nas proximidades.

Para a União Européia, enquanto Guyrcsany permanecer no cargo, a esperança é que as reformas econômicas, que incluem aumento de impostos e cortes de gastos sociais, sejam mantidas. O governo deve apresentar na próxima semana, em Bruxelas (sede da Comissão Européia), a versão final do plano de reestruturação econômica para os próximos anos. O objetivo do plano é reduzir o déficit público, estimado hoje em 10% do Produto Interno Bruto (PIB), para os 3% do PIB exigidos pela UE. Foi ao mentir sobre os números das contas públicas que o premier enganou os húngaros, surpreendidos pelo aumento de impostos e cortes no funcionalismo anunciados por ele depois de reeleito. Em um dos trechos da gravação, Gyurcsany afirmou: "Mentimos durante todo este tempo, um ano e meio, talvez dois. E não fizemos nada nos últimos quatro anos’’.

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