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A declaração do ex-primeiro-ministro norueguês Thorbjoern Jagland, um dos cinco membros do painel do Nobel da Paz, de que o agraciado deste ano será uma escolha óbvia, aumentou a especulação sobre quem receberá o prêmio, a ser anunciado nesta sexta-feira (7).

Para muitos, a Primavera Árabe, que já derrubou três ditadores, parecia a opção mais provável, mas a pública admiração de Jaglan pela União Europeia equilibrou a balança de apostas. Ele está entre os que consideram o bloco europeu - apesar de a Noruega não ser membro - mais um projeto de construção da paz do que de união econômica.

"Para mim e o comitê, é bastante óbvio se você olhar para o mundo hoje e ver o que está acontecendo", disse Jagland. "Quais são as principais forças empurrando o mundo na direção correta?", questionou.

Nesta quinta-feira (6), o jornal VG publicou uma entrevista em que o ex-premier diz que o vencedor deste ano "está envolvido em uma coisa que esteve presente" em toda a sua vida. Mas Sverre Lodgaard, ex-membro do comitê do Nobel, considerou improvável a escolha da União Europeia justamente por ser um assunto que divide os noruegueses.

Da mesma forma se manifestou Kristian Berg Harpviken, diretor do Instituto de Pesquisa da Paz de Oslo e que tradicionalmente acerta em seus palpites sobre o premiado. Se tivesse que apostar, afirma, seria no Movimento 6 de Abril, grupo fundado no Facebook em 2008 em prol da democracia no Egito. Harpviken também sugere Wael Ghonim, executivo do Google que ajudou a impulsionar a revolta egípcia que derrubou Hosni Mubarak.

Outra especulação é de que o prêmio poderia ir para o Twitter ou para o Facebook por seu papel nas revoltas em regimes fechados como os de Egito, Tunísia e Líbia. A rede social de Mark Zuckerberg, que conecta boa parte do mundo, se enquadraria na descrição de Jagland sobre a "escolha óbvia".

Zuckerberg estaria entre os 241 indicados ao prêmio - 188 pessoas e 53 organizações - mas não há confirmação, já que o comitê do Nobel divulga apenas o nome do vencedor.

Para Harpviken, outro potencial vencedor seria o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, por seus esforços pela paz e para "construir uma ponte entre Ocidente e Oriente". Mas a opção não seria óbvia, como promete Thorbjoern Jagland.

Contra a Primavera Árabe, explicam analistas, está o fato de que a as indicações para o Nobel da Paz foram encerradas em fevereiro, quando o movimento ainda não tinha atingido o auge. Assim, não seria surpresa também se um nome menos cotado, como a organização WikiLeaks, levasse o prêmio.

O vencedor do Nobel da Paz será anunciado nesta sexta-feira às 6h (horário de Brasília).

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