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Primeira-ministra britânica pressiona UE a ceder em negociações do Brexit

Theresa May pediu aos líderes da União Europeia que se concentrem em conseguir um acordo Brexit nos próximos dois meses, dizendo que as negociações não serão estendidas

Primeira-ministra da Grã-Bretanha, Theresa May, fala aos jornalistas ao chegar na Cúpula informal de Chefes de Estado ou de Governo da UE em Salzburgo, Áustria | JOE KLAMAR/AFP
Primeira-ministra da Grã-Bretanha, Theresa May, fala aos jornalistas ao chegar na Cúpula informal de Chefes de Estado ou de Governo da UE em Salzburgo, Áustria (Foto: JOE KLAMAR/AFP)

A primeira-ministra britânica, Theresa May, endureceu o tom em relação à postura da União Europeia (UE) nas tratativas para o Brexit, a saída do Reino Unido do bloco, prevista para março de 2019.

Nesta quarta (19), antes de entrar em uma reunião informal de líderes europeus em Salzburgo (Áustria), ela afirmou a repórteres que, "assim como o Reino Unido avançou em sua posição, a UE deverá fazer o mesmo".

May se disse confiante em que, "com boa vontade e determinação, conseguiremos fechar um acordo bom para ambos os lados".

A fala reproduziu o teor do artigo que ela assina na edição desta quarta do jornal alemão Die Welt. Nele, a primeira-ministra conservadora escreve que as partes estão "perto de alcançar a retirada ordeira essencial para o estabelecimento de uma relação próxima no futuro", mas se queixa de pedidos "inaceitáveis" da EU no âmbito das negociações para o desligamento britânico.

Em Salzburgo, ela voltou a exaltar o roteiro apresentado por seu governo em julho, que sugere uma regulação comum entre Londres e a Europa para produtos agrícolas e bens manufaturados.

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"Ele mantém um comércio fluido [entre os dois lados]. É o único plano factível e negociável para não se ter uma 'fronteira dura' na Irlanda do Norte, além de ser condizente com a escolha do povo britânico [de sair da EU]", afirmou May.

A premiê ainda pediu aos líderes da UE que se concentrem em conseguir um acordo Brexit nos próximos dois meses, dizendo que as negociações não serão estendidas.

Irlandas

A fronteira entre as Irlandas é um dos tópicos mais sensíveis das tratativas para o Brexit. A ideia é evitar ao máximo fustigar a tensão ali, 21 anos depois do Acordo de Belfast, que pôs às hostilidades no Norte entre nacionalistas (que desejavam que o país continuasse a integrar o Reino Unido) e unionistas (que miravam uma integração com a República da Irlanda, ao sul).

Os dois países hoje têm legislações comuns e instituições binacionais em vários setores, e ninguém quer dar um passo atrás nessa integração. Acontece que, com o desligamento do Reino Unido da União Europeia (o que significa a saída de Belfast do bloco, enquanto a Irlanda fica na UE), passa a ser necessário algum tipo de controle da circulação de mercadorias entre as duas nações.

Saiba mais: Quatro questões para entender a saída do Reino Unido da União Europeia

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que proposta britânica no que tange às Irlandas e à cooperação econômica "precisara ser retrabalhada e mais negociada".

Para "desdramatizar" a situação, Michel Barnier, chefe dos negociadores pelo lado da UE, sugeriu efetuar checagens longe da fronteira, por exemplo em portos e navios, usando uma tecnologia de monitoramento de códigos de barras.

Mas May se opõe até a esse cenário – daí ter sugerido em seu plano uma união aduaneira.

"Independentemente de onde ocorram os controles, isso significaria uma afronta à nossa integridade constitucional e econômica", disse.

Também na Áustria, o presidente do Conselho Europeu disse, segundo uma fonte, que o acordo sobre os termos do Brexit ainda estava muito distante.

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