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A renúncia de Élisabeth Borne ocorre em meio à tentativa do presidente francês, Emmanuel Macron, de aprovar uma séire de reformas no país
A renúncia de Élisabeth Borne ocorre em meio à tentativa do presidente francês, Emmanuel Macron, de aprovar uma séire de reformas no país| Foto: EFE/EPA/RONALD WITTEK

A primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, renunciou nesta segunda-feira (8), após 20 meses no cargo, e o atual ministro da Educação, Gabriel Attal, foi nomeado nesta terça (9) para assumir a posição.

Por meio de um comunicado, ela deixou claro que não saiu por decisão sua, mas a pedido do presidente Emmanuel Macron, que enfrenta uma crise política em meio a reformas na legislação nacional. “Sr. Presidente, o senhor me informou do seu desejo de nomear um novo primeiro-ministro. Embora eu deva apresentar a renúncia do meu governo, gostaria de lhe dizer o quanto estou apaixonada por esta missão”, disse Borne em sua carta de demissão. A premiê também destacou que era “mais necessário do que nunca continuar as reformas do governo".

Em resposta, Macron emitiu uma nota em sua conta na rede social X (antigo Twitter). "Seu trabalho a serviço da nossa nação tem sido exemplar todos os dias. Você conduziu nosso projeto com a coragem, o compromisso e a determinação de uma mulher de Estado. Obrigado do fundo do meu coração", disse o mandatário francês.

Fortemente impopular nas pesquisas de opinião pública, Macron está tentando revitalizar seu mandato e dar novo fôlego a suas políticas um ano e meio após se reeleger. Já Borne, após o período como premiê e segunda mulher a liderar um governo na França, pagou o preço de um cargo no qual enfrentou medidas impopulares, como a reforma da previdência e a lei de imigração.

Essa última, aprovada no mês passado com o apoio da direita, causou uma fragmentação do partido de Macron, com grande descontentamento de sua ala mais à esquerda.

Borne não conseguiu encontrar o consenso parlamentar necessário para aprovar as leis promovidas por seu governo, o que a levou a recorrer com frequência a um artigo da Constituição que lhe permite adotá-las sem o voto dos deputados.

Por outro lado, ela se viu forçada a encarar 30 moções de censura apresentadas pela oposição, algumas delas vencidas por margens pequenas, como a que ela superou após a aprovação da reforma da previdência por apenas nove votos.

Mesmo assim, sua posição à frente do governo parecia comprometida, mas Macron optou por mantê-la no cargo com a condição de que ela conseguisse encontrar os compromissos necessários para evitar a paralisia do país.

Borne, de 62 anos, procedente do Partido Socialista e com fama de hábil negociadora, não conseguiu atrair nem a oposição de esquerda, nem a de direita, uma tarefa que seu sucessor terá de enfrentar agora.

O Palácio dos Elísios indicou que a atual primeira-ministra continuará a lidar com os assuntos correntes até que seu sucessor assuma o cargo.

O ministro da Educação, Gabriel Attal, que assume a chefia do governo aos 34 anos se tornou o primeiro-ministro mais jovem da história da França.

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