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O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, descartou hoje qualquer reestruturação da enorme dívida do país, advertindo que isso seria "catastrófico para a economia" durante uma coletiva de imprensa em Tessalonica, onde ele forneceu uma breve descrição de suas prioridades econômicas.

"A lógica da reestruturação da dívida seria catastrófica para nossa economia, para nossa credibilidade, para o nosso futuro", declarou Papandreou.

Se o pagamento da dívida fosse suspenso, disse ele, a Grécia "tomaria o caminho de um provável colapso de seu sistema bancário e a perda das propriedades das famílias gregas, o que seria uma tragédia", disse ele.

A Grécia evitou dar o calote em sua dívida em maio, quando aceitou um pacote de austeridades sem precedentes que cortou aposentadorias, o orçamento do setor público e elevou vários impostos sobre venda de mercadorias em troca de um pacote de resgate de € 110 bilhões da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Protestos

As medidas deram origem a várias greves e protestos. Ontem, 20 mil pessoas participaram de uma marchas contra a austeridade em Tessalonica, a segunda maior cidade da Grécia, horas antes de Papandreou defender as medidas num discurso.

Com dívidas que chegam perto dos € 300 bilhões, o governo grego tinha pouca escolha a não ser pedir ajuda à UE e ao FMI depois de o rebaixamento de sua classificação de crédito ter levado ao colapso da confiança dos investidores, o que elevou o custo de empréstimo para o governo grego no mercado de títulos.

Perguntado se as novas medidas de austeridade podem ser aguardadas, ele disse que "enquanto a economia estiver indo bem, nenhuma nova medida é necessária", descartando um aumento dos preços do óleo combustível (usado no aquecimento das casas), sobre o qual havia rumores.

Reformas

Papandreou disse também que o país precisa continuar a implantar reformas, apesar do custo político. Segundo ele, seu governo socialista luta, desde que assumiu o poder 11 meses atrás", para "evitar a falência". "O desafio de salvar a Grécia da falência era uma questão nacional. O pacote de ajuda nos deu possibilidade de respirar e pensar em reformas que mudem o país."

Amanhã, funcionários do FMI, da UE e do Banco Central Europeu (BCE) irão a Atenhas para verificar o sucesso do governo grego em atingir as condições para o recebimento de ajuda internacional para que uma terceira parcela de € 9 bilhões posse ser entregue à Grécia.

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