O príncipe Harry, chamado no passado de o "garoto rebelde" da monarquia britânica, formou-se como oficial das Forças Armadas nesta quarta-feira antes de ingressar em um regimento que pode ser enviado ao Iraque ou ao Afeganistão.
Terceiro na linha sucessória do trono, Harry desfilou na academia militar de elite de Sandhurst diante de sua avó, a rainha Elizabeth II, numa cerimônia marcada por tradições militares.
O príncipe, com um ar sério, marchou com a espada na mão, dando início a sua carreira militar. Harry manteve a posição de sentido, com o olhar fixo, enquanto sua avó passava os cadetes em revista.
Harry agora é segundo tenente e treinará para se tornar comandante de tropa, à frente de onze homens e quatro tanques leves em uma unidade de reconhecimento do Exército. Isso pode significar que ele acabará servindo em zonas de conflito.
O príncipe, cuja mãe, a princesa Diana, morreu em um acidente de carro em Paris quando ele tinha 12 anos, insiste que lutará por um posto de destaque dentro das Forças Armadas britânicas.
- Não há chance nenhuma de eu passar por Sandhurst e ficar acomodado em casa enquanto os meus garotos estão lá fora lutando por seu país - disse em uma entrevista concedida em setembro passado, quando completou 21 anos de idade.
- Isso pode soar bastante patriótico, mas é a verdade - acrescentou o príncipe, cujo irmão mais velho, William, também treina em Sandhurst para se tornar oficial das Forças Armadas.
Apesar dos intensos esforços para melhorar a imagem de Harry, ele protagonizou, nos últimos anos, várias manchetes polêmicas.
O príncipe se envolveu com o consumo de maconha e álcool aos 17 anos. Em resposta, o pai dele, o príncipe Charles, enviou-o para uma clínica de reabilitação de dependentes químicos, em Londres, durante um dia a fim de fazê-lo ver de perto os perigos do vício em drogas.
Depois disso, Harry brigou com fotógrafos do lado de fora de uma boate londrina e provocou grande polêmica ao aparecer numa festa vestindo um uniforme nazista. Ele acabou pedindo desculpas.
A namorada do príncipe, Chelsy Davy, voou da Cidade do Cabo para participar do baile em Sandhurst, que será nesta quarta-feira à noite. Mas ela pode ter algumas palavras duras para o "garoto rebelde" - Harry e colegas dele teriam comemorado sua formatura, na semana passada, com uma visita a uma boate de striptease.
A família real britânica tem uma longa tradição de servir nas Forças Armadas e o príncipe Andrew, tio de Harry, atuou como piloto de helicóptero durante a Guerra das Malvinas, contra a Argentina.
Harry está ingressando na Cavalaria da Casa Real, que é formada por salva-vidas e os "Blues and Royals". Por coincidência, Andrew Parker Bowles, que serviu nos "Blues and Royals", ficou conhecido como o marido traído mais famoso da Grã-Bretanha depois de a mulher dele, Camilla, virar amante de Charles.
Camilla e Charles se casaram finalmente no ano passado depois de um relacionamento de 35 anos.
Outra coincidência: James Hewitt, que teve um caso com Diana, passou 17 anos de sua vida como salva-vidas e participou da Guerra do Golfo.
