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Conflitos políticos e sociais, motivados principalmente por questões financeiras, estão tornando o mundo menos pacífico pelo terceiro ano consecutivo em 2011, e incertezas econômicas na China podem indicar um aumento da violência no país, disse uma instituição de estudos nesta quarta-feira.

O Índice de Paz Global - que analisa 23 indicadores que vão desde gastos militares aos níveis de criminalidade e disputas com países vizinhos - mostraram que fatores econômicos estão no coração de manifestações de caráter político ou social, inclusive aquelas registradas na "Primavera Árabe".

O aumento no preço dos alimentos ajudou a iniciar as revoltas no Egito, Tunísia e outros países do norte da África e Oriente Médio. Em alguns casos, os levantes geraram confrontos violentos, enquanto as medidas de austeridade na Europa também ajudaram a levar manifestantes para as ruas.

Há algumas tendências positivas. Apesar dos conflitos na Costa do Marfim e na Líbia e das tensões nas fronteiras entre as Coréias do Norte e do Sul, guerras entre países estão se tornando menos comuns e as relações entre as nações estão melhorando.

"As mudanças dramáticas que vemos neste ano foram causadas não por guerras entre países, mas por confrontos entre as pessoas e os seus próprios governos", disse Steve Killelea, fundador e presidente do Instituto de Economia e Paz que produziu o relatório. "O que motiva os conflitos está, em parte, ligado com a crise financeira e também com o aumento no preço dos alimentos."

Indo além, Killelea disse que o país-chave para ser observado é a China, que pode experimentar violentos levantes populares se a economia diminuir o ritmo nos próximos anos.

"A China não tem como continuar crescendo para sempre e, quando uma desaceleração acontecer, o país pode enfrentar sérios problemas," disse o ex-empresário australiano que começou a fazer o índice cinco anos atrás.

De outro lado, a Islândia retornou ao posto de país mais pacífico do mundo apenas três anos depois que a crise financeira destruiu seus bancos e levou a realização das primeiras revoltas nas ruas do país.

O Japão e a Nova Zelândia também tiveram bom desempenho mesmo depois de desastres naturais este ano, enquanto a Irlanda viu o menor aumento em agitação entre os países da zona do euro com problemas financeiros, segundo Killelea.

Governos com bom funcionamento, sociedades relativamente homogêneas e com distribuição de renda equilibrada, boa educação, e liberdade de imprensa estão entre os fatores mais importantes para garantir paz, acrescentou ele.

"Países com esse tipo de estrutura estão muito mais capacitados para se adaptar e ter força para superar tempos difíceis", disse o pesquisador à Reuters. "E China não tem vários destes fatores."

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