Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
pleito

Processo eleitoral venezuelano entra na reta final

Cerca de 17,5 milhões de eleitores se inscreveram para participar das eleições legislativas que escolherão os 165 membros da Assembleia Nacional, atualmente controlada pela maioria chavista

As autoridades eleitorais venezuelanas iniciaram nesta sexta-feira (24) a instalação de 36.773 mesas de votação em todo o país, enquanto partidários do governo e opositores se preparam para o pleito legislativo do próximo domingo. A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, disse que "80% das mesas estão instalados". Ela mostrou confiança no desenrolar do processo e disse que o avanço conseguido até agora indica o êxito do pleito.

Cerca de 17,5 milhões de eleitores se inscreveram para participar das eleições legislativas que escolherão os 165 membros da Assembleia Nacional, atualmente controlada pela maioria chavista. O ministro da Defesa, general em chefe Carlos Mata Figueroa, afirmou que as Forças Armadas se encontram espalhadas pelos 12.562 centros de votação em todo o país para fazer a segurança durante o processo. Ele também assegurou que os militares "atuarão contundentemente" no caso de qualquer alteração de ordem pública.

Sobre a situação na fronteira, Mata Figueroa indicou que "se tivermos de fechá-la, ela será fechada", mas afirmou que a decisão final caberá ao presidente Hugo Chávez. O chefe do Comando Estratégico Operacional (CEO) das Forças Armadas, general Henry Rangel Silva, disse que, além do contingente de cerca de 250 mil militares que farão a segurança do pleito, foram incorporados cerca de 30 mil milicianos.

Rangel Silva informou que as autoridades tomaram precauções para evitar qualquer interrupção no serviço de eletricidade durante o pleito e afirmou que cerca de 6 mil soldados e dez helicópteros militares e do governo farão a segurança das 705 instalações elétricas em todo o país.

Observadores

A maior parte dos 150 "observadores internacionais" que foram convidados pelo CNE para inspecionar as eleições chegaram ontem ao país, informou Lucena. Os partidos políticos foram autorizados pelo órgão a levarem seus convidados estrangeiros, dentre os quais está o ex-presidente colombiano Andrés Pastrana.

Lucena disse que os convidados internacionais "devem ter respeito pela soberania nacional e cumprir nossa Constituição, nossas leis e atender ao acordo internacional que é o de não ingerência nos assuntos públicos e nos assuntos internos". "Ninguém nem nada vai nos coagir", afirmou o deputado Gustavo de Aristegui, do Partido Popular da Espanha, ao afirmar que "estamos profunda e completamente comprometidos com a liberdade e com a democracia em todas as partes do mundo, e que onde houver empecilhos, abusos ou falta de liberdades, nós denunciaremos".

Em fevereiro de 2009, o CNE expulsou do país o deputado espanhol do Parlamento europeu Luis Herrero, após ele questionar as autoridades eleitorais. O congressista europeu visitou a Venezuela para observar o referendo sobre a reforma da Constituição que permitiu a Chávez tentar a reeleição de forma ilimitada.

Oposição

Vicente Bello, coordenador técnico eleitoral do bloco opositor, disse hoje que a oposição terá 75 mil fiscais nas mesas de votação de todo o país para supervisionar o processo. Ele acrescentou que o bloco da "Mesa da Unidade Democrática" contará com fiscais em "toda a estrutura eleitoral que inclui a central de transferência de dados da estatal Companhia Anônima Nacional Telefones de Venezuela (CANTV) e no centro de totalização de votos do CNE".

Os venezuelanos vão escolher entre os mais de 300 candidatos os novos integrantes do Congresso, composta por uma única Câmara de Deputados. Governo e oposição participam do pleito com chapas únicas com 165 candidatos de cada lado. Várias organizações independentes pediram o registro de mais de uma centena de candidatos.

A Assembleia Nacional é atualmente dominada por aliados do governo. Nas últimas eleições legislativas, ocorridas em 2005, a oposição boicotou o pleito, sem apresentar candidatos e alegando irregularidades no processo, o que abriu o caminho para o governo controlar o Congresso.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.