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Soldados norte-americanos  disparam uma unidade de artilharia de 155 mm na Base Operacional Frontal (FOB) Kuschamond, em Paktika, em 13 de setembro de 2011 | EIS/acrJOHANNES EISELE
Soldados norte-americanos disparam uma unidade de artilharia de 155 mm na Base Operacional Frontal (FOB) Kuschamond, em Paktika, em 13 de setembro de 2011| Foto: EIS/acrJOHANNES EISELE

A guerra no Afeganistão é hoje uma das mais longas da história dos EUA, originada com os ataques de 11 de setembro de 2001. No entanto, nos últimos meses, a guerra contra os militantes do Talibã e outros combatentes islâmicos tem visto vários países - da Indonésia a Rússia e ao Turcomenistão - oferecendo-se para negociar ou mediar o fim do confronto. 

O mais recente pretendente à mediador pela paz é o próprio presidente dos EUA, Donald Trump. 

Em agosto do ano passado, o presidente reforçou as tropas americanas e o treinamento dos militares afegãos. "Vamos avançar para a vitória", declarou Trump. 

Agora, autoridades de seu governo estão deixando sobre a mesa pistas de conversas diretas com o Talibã sobre uma possível retirada das tropas dos EUA, um objetivo que o grupo terrorista há muito procura. "Esperamos que essas negociações de paz incluam uma discussão sobre o papel dos atores e forças internacionais", disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, em uma viagem a Cabul, no Afeganistão, no início de julho. 

Se as conversas de paz acontecerem, pode ser necessário um mediador com habilidades para se manter neutro, remover mal-entendidos, construir confiança e encontrar compromissos e pontos comuns - em suma, ajudar os dois lados a ver que a paz, não a violência, atingirá os seus objetivos. 

Negociações para acabar com qualquer conflito muitas vezes precisam de mais que um mero equilíbrio de interesses. A paz também é um objetivo comum.

Contatos para conversas

Em fevereiro, por exemplo, o presidente eleito do Afeganistão, Ashraf Ghani, se propôs a conversar com o Talibã. Ele também disse que iria fazer uma emenda à Constituição para acomodar algumas de suas demandas e gostaria de reconhecer o Talibã como um grupo político legítimo. 

Então, em junho, o povo afegão sentiu o que era ter paz. Durante um raro cessar-fogo de três dias, civis, combatentes do Talibã e forças afegãs desfrutaram de celebrações emocionantes. A trégua temporária, que não foi estendida pelos talibãs, foi resultado de esforços de paz de muitos atores. 

China e Paquistão, por exemplo, tornaram-se mais ativos na facilitação de contatos para conversas. A China vê a si mesma como um "mediador imparcial". A Rússia, que quer ser vista como uma potência global e também procura suprimir o Estado Islâmico que opera no Afeganistão, esteve envolvida em recentes reuniões regionais destinadas a pôr fim à guerra.  

Em meados de julho, a Arábia Saudita patrocinou uma reunião de clérigos muçulmanos internacionais, que divulgou uma declaração sobre razões religiosas para que os talibãs parassem de lutar. Uma reunião semelhante de clérigos afegãos e paquistaneses foi realizada em abril, patrocinada pela Indonésia, um país muçulmano cujo líder também se ofereceu para mediar qualquer negociação de paz. 

Leia também: Os EUA não podem ganhar a guerra do Afeganistão por não saberem por que estão lá

Duas vezes antes em sua história recente, o Afeganistão contou com mediadores das Nações Unidas para ajudar a trazer a paz. A primeira foi o fim da ocupação soviética do país na década de 1980, a segunda para estabelecer um governo pós-Talibã em 2001-02. O mesmo conjunto de habilidades para resolução de conflitos pode agora ser necessário novamente, dependendo de qual player estrangeiro é melhor qualificado para preparar um caminho para a paz.

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