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Rod Rosenstein durante audiência no Congresso | Joshua Roberts/Bloomberg
Rod Rosenstein durante audiência no Congresso| Foto: Joshua Roberts/Bloomberg

As investigações sobre o envolvimento de integrantes da campanha de Donald Trump à presidência em 2016 com a Rússia ganharam um novo complicador com uma possível saída de Rod Rosenstein, vice-procurador-geral do país do cargo e responsável por supervisionar a equipe do conselheiro especial Robert Mueller, que lidera as investigações.

A potencial saída de Rosenstein ganhou força no fim de semana. O movimento veio depois de relatos, na semana passada, que o vice-procurador-geral sugeriu gravar secretamente Trump e recrutar membros do gabinete para removê-lo do cargo, segundo memorando escrito pelo ex-diretor em exercício do FBI, Andrew McCabe. 

Outros envolvidos nas discussões de maio de 2017 disseram que os comentários de Rosenstein sobre possíveis gravações secretas do presidente eram sarcásticas e ocorreram quando McCabe estava pressionando o Departamento de Justiça para investigar porque o presidente demitira James Comey do FBI, em 2017, e se o gesto era uma obstrução à Justiça. 

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Em declarações na sexta-feira, Rosenstein negou que ele tenha pensado seriamente em gravar secretamente o presidente ou buscar opções jurídicas para substituí-lo, como foi relatado pelo The New York Times. Por mais de um ano, os comentários públicos e privados de Trump sobre a investigação na Rússia levaram à especulação e à preocupação de que Rosenstein pudesse ser demitido. 

Ele chegou a ir nesta segunda à Casa Branca feira e pessoas próximas a ele disseram que ele esperava ser demitido. No entanto, o chefe de gabinete do governo, John Kelly, disse a autoridades que Rosenstein renunciou ao posto durante uma reunião no fim da semana passada. Por enquanto, ele permanece no cargo. Rosenstein e o presidente Donald Trump se reúnem na quinta para discutir a situação .

Quem é Rod Rosenstein? 

Rod Rosenstein é o vice-procurador-geral dos Estados Unidos. Membro do Partido Republicano, o mesmo de Trump, ele é funcionário de carreira do Departamento de Justiça desde 1990. 

Ele tornou-se procurador-geral adjunto em abril de 2017 e assumiu a supervisão da investigação de Mueller depois que o procurador-geral Jeff Sessions não revelou ao Congresso que se encontrou durante a campanha de 2016 com o embaixador russo nos Estados Unidos. 

Por que Rosenstein é alvo da ira de Trump? 

O vice-procurador-geral e o presidente americano não tem um bom relacionamento. Ele tem sido alvo da ira pública e ameaças privadas de Trump há meses. Segundo o presidente americano, Rosenstein é um dos líderes de uma suposta “caça às bruxas” contra ele. 

Em julho, o Departamento de Justiça dos Estados denunciou 12 agentes de inteligência russos, sob a acusação de promoverem um ataque hacker aos computadores do partido Democrata e da campanha de Hillary Clinton durante as eleições presidenciais de 2016. Trump criticou violentamente a decisão. 

Quais são os possíveis impactos da saída de Rosenstein? 

Segundo a CNN, uma saída de Rosenstein colocaria mais caos no Departamento de Justiça e ameaçaria as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, a possível colusão entre a Rússia e integrantes da campanha dele e a possível obstrução da Justiça, ao demitir James Comey do FBI, em 2017. 

A saída de Rosenstein faria com que a investigação sobre a Rússia seja um tema ainda mais presente na campanha eleitoral de 2018, que renovará o Congresso. Segundo a CNN, os estrategistas republicanos avaliam que uma eventual demissão do vice-procurador-geral afetaria as perspectivas do partido nas eleições, pois criaria não somente a aparência de caos na Casa Branca, como também daria a impressão de que o presidente e seu círculo interno estão tratando desesperadamente de ocultar algo em relação às investigações sobre a Rússia. 

Um possível substituto de Rosenstein seria o promotor geral Noel Francisco. Segundo o The New York Times, críticos apontam que ele não poderia supervisionar a investigação sobre a Rússia porque o escritório de advocacia que representa a campanha de Trump é seu ex-empregador e isto criaria um conflito de interesses. 

Qual a posição de Trump? 

Um conselheiro de Trump disse que o presidente não está pressionando Rosenstein para sair, mas que sua renúncia foi um tema de discussões privadas durante todo o final de semana. 

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A fonte disse ao Washington Post que Rosenstein havia dito a outros que deveria renunciar porque "se sentiu muito comprometido" e a controvérsia prejudicou sua capacidade de supervisionar o inquérito na Rússia, disse uma pessoa próxima a Trump.

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