Rio de Janeiro - A declaração do candidato republicano, John McCain, durante o debate da última quarta-feira, de que, se for eleito presidente dos Estados Unidos em novembro, eliminaria a sobretaxa de US$ 0,54 por galão cobrada sobre as importações do etanol brasileiro foi saudada pelos produtores brasileiros do combustível, que há anos lutam contra a aplicação dessa tarifa.
O empresário Maurílio Biaggi Filho, que tem participação em diversas usinas e é conselheiro da Unica, entidade que reúne as empresas do setor sucroalcooleiro, disse ontem que a menção de McCain é um reconhecimento da importância estratégica do etanol obtido a partir da cana-de-açúcar para reduzir os custos do programa do etanol americano, produzido a partir do milho.
"John McCain disse claramente que a ferramenta ideal para reduzir os custos do subsídio ao programa do etanol de milho é o etanol de cana do Brasil. É um reconhecimento que faz da declaração algo importante por si só", afirmou Biaggi Filho.
Joel Velasco, representante da Unica em Washington, ressaltou o fato de John McCain ter falado das virtudes do etanol de cana para um público de 60 milhões de telespectadores americanos.
"Essa posição do McCain não é novidade, mas o fato de ter dito isso em um palco tão grande é importante. Imagine. Quanto custaria fazer propaganda em horário nobre na tevê americana, para dizer que o etanol de cana é melhor que o de milho?", disse o executivo.
Mesmo com a sobretaxa de US$ 0,54 por galão de etanol, os EUA são o maior importador do combustível produzido no Brasil. Em 2006, o aditivo MTBE (usado para oxigenar a gasolina) foi proibido em vários estados americanos, e sua substituição pelo etanol fez os preços dispararem nos EUA; o Brasil vendeu 1,74 bilhão de litros de etanol aos americanos, 51,2% do total exportado pelo país.
