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Soldados russos em um tanque de batalha, nos Jogos Internacionais do Exército ARMI-2022, nos arredores de Moscou, Rússia, 27 de agosto de 2022.
Soldados russos em um tanque de batalha, nos Jogos Internacionais do Exército ARMI-2022, nos arredores de Moscou, Rússia, 27 de agosto de 2022.| Foto: EFE/EPA/YURI KOCHETKOV

Dois senadores dos Estados Unidos, o democrata Richard Blumenthal e o republicano Lindsey Graham, apresentaram na quarta-feira (14) um projeto de lei que visa designar a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo, um rótulo ao qual se opõe a Casa Branca.

Essa designação, segundo apontou Graham em entrevista coletiva, enviaria um forte sinal de apoio à Ucrânia, tanto para Kiev quanto para os demais aliados dos EUA.

Atualmente, apenas quatro países são rotulados pelos Estados Unidos como patrocinadores do terrorismo: Cuba desde janeiro de 2021, Coreia do Norte desde novembro de 2017, Irã desde janeiro de 1984 e Síria desde dezembro de 1979.

"Acreditamos que a Rússia fez mais do que o suficiente para estar nesse grupo de párias", acrescentou Blumenthal.

Dessa designação derivam sanções como restrições à ajuda dos EUA, veto à venda e exportação de material de Defesa e certas restrições financeiras, entre outras.

Tanto Blumenthal quanto Graham vêm tentando há meses fazer com que os EUA reconheçam a Rússia como tal. Em junho, em uma viagem à Ucrânia, onde se encontraram com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insistiram a esse respeito e pediram ao presidente dos EUA, Joe Biden, que enviasse mais ajuda humanitária ao país.

Zelensky pediu ao Ocidente que declare a Rússia um Estado patrocinador do terrorismo, e o governo russo alertou os EUA em 2 de agosto que isso romperia as relações diplomáticas.

A Casa Branca, por sua vez, não é a favor de dar esse passo. A secretária de imprensa, Karine Jean-Pierre, disse no início deste mês que esta não é a medida mais eficaz para a Rússia assumir a responsabilidade por suas ações.

O Senado já havia aprovado por unanimidade no final de julho uma resolução não vinculante pedindo ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, o reconhecimento das intervenções da Rússia na Chechênia, Geórgia, Síria e Ucrânia, que em sua opinião resultaram na morte de "incontáveis ​​homens, mulheres e crianças".

Naquele mesmo mês, cinco membros da Câmara dos Representantes, democratas e republicanos, também apresentaram um projeto de lei semelhante ao apresentado no Senado nesta quarta-feira, intensificando assim a pressão contra Biden em várias frentes.

O projeto de lei Blumenthal-Graham prevê certa flexibilidade ao governo Biden, dando ao presidente o poder de remover esse rótulo se demonstrar ao Congresso que a Rússia não apóia mais atos de terrorismo internacional e que remover essa designação é do interesse dos EUA.

No entanto, a aprovação deste tipo de regulamentação não está assegurada. Na Câmara dos Representantes, sua presidente, a democrata Nancy Pelosi, ainda não o fez avançar, enquanto a agenda do Senado está preenchida no curto prazo com outras batalhas legislativas.

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