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Saiba sobre o programa Constellation, que pretende levar o homem de volta à Lua |
Saiba sobre o programa Constellation, que pretende levar o homem de volta à Lua| Foto:

Washington - A ambição dos Estados Unidos de voltar a enviar astronautas à Lua como primeiro passo para missões a Marte pode ser travada por sérias restrições orçamentárias. Depois da catástrofe do ônibus espacial Columbia em 2003, o então presidente George W. Bush decidiu pôr fim aos voos das três naves em 2010 e, em troca, proporcionar aos Estados Unidos ambiciosos projetos espaciais como o Programa Constellation. Este compreende uma volta dos americanos à Lua até 2020, seguido de voos à Marte.

Apesar de não negar abertamente esses objetivos, o atual presidente norte-americano, Barack Obama, nomeou uma comissão de especialistas para examinar o programa e entregar suas conclusões até o final de agosto.

"O objetivo final é estabelecer colônias humanas no Sistema Solar", diz Michael Griffin, ex-diretor da Nasa e um dos idealizadores do Constellation

Mas o orçamento da Nasa não é suficiente para cobrir o custo dos projetos Constellation: a cápsula Órion – uma versão mais avançada do módulo lunar Apollo – e os foguetes Ares I e Ares V, necessários para colocá-la em órbita. O Ares I deve lançar a Órion e o Ares V, mais potente e ainda não construído, transportará os equipamentos pesados para missões lunares e marcianas.

"A Nasa simplesmente não pode realizar os objetivos do regresso à Lua até 2020 com o orçamento atualmente destinado à exploração espacial (6 bilhões de dólares em 2009)", declarou, em meados de junho, o senador democrata Bill Nelson (Flórida), um ex-astronauta.

Gastos

O custo total estimado para o Constellation é de 150 bilhões de dólares. Além disso, o custo do Ares I disparou, passando de 28 bilhões de dólares em 2006 a 44 bilhões em 2015.

Nelson também criticou que, entre 2010 e 2015, os Estados Unidos não terá ônibus espaciais disponíveis para levar seus astronautas até a ISS e dependerá das naves russas Soyuz. Por outro lado, um grupo de engenheiros da Nasa, críticos do conceito do Ares I, trabalha num projeto paralelo chamado Jupiter Direct, que estuda a possibilidade de construir outro tipo de foguete baseando-se no conceito do atual ônibus espacial, com uma cápsula como a Órion e utilizando tecnologias que já existem. Este projeto, já adiantado, só custaria 14 bilhões de dólares, como foi apresentado à comissão de especialistas.

O presidente dessa comissão, Norman Augustine, ex-diretor da Lockheed Martin, explicou que a decisão só depende do aspecto financeiro. "Temos a tecnologia para levar os humanos à Marte, mas a questão é saber quais são os nossos meios", afirmou recentemente. "Francamente, é tudo uma questão de dinheiro", acrescentou, em referência à crise econômica e à explosão do déficit orçamentário americano.

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