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Grande Barreira é uma maravilha natural que gera  US$ 4,7 bilhões por ano em turismo | Sarah Ackerman/Creative Commons
Grande Barreira é uma maravilha natural que gera US$ 4,7 bilhões por ano em turismo| Foto: Sarah Ackerman/Creative Commons

Dragagem deixa a região mais vulnerável

De acordo com um estudo recente, feito na Austrália, as atividades de dragagem de portos nas cercanias da Grande Barreira de Coral, que aumentam o nível dos sedimentos que caem sobre os corais, interfere na alimentação desses animais marinhos e, por consequência, reduz a energia deles e os tornam mais suscetíveis a doenças.

Russell Reichelt, diretor-executivo da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, também considerou que houve "uma polêmica muito emotiva" em torno da dragagem, do desenvolvimento portuário e da gestão de um aumento do tráfego de navios na área, que perdeu a metade da cobertura coralina desde o ano de 1985.

Reichelt destacou que as autoridades já descartaram o desenvolvimento de novos portos na Grande Barreira e somente trabalhará com os que já existem para impulsionar a economia na região. Por meio dos portos, são exportados produtos que somam US$ 35,3 bilhões por ano.

Os ecologistas se preocupam com o fato de a dragagem ser despegada nas águas da área considerada como uma das sete maravilhas naturais do mundo e que gera para o setor de turismo uma movimentação financeira de cerca de US$ 4,7 bilhões a cada ano.

Grande parte da dragagem, junto à contaminação da bacia pelos adubos e sedimentos provenientes da agricultura, degrada a qualidade das águas e afeta o ecossistema, além de provocar a proliferação de estrelas-do-mar.

Um plano para limpar as águas da costa nordeste da Austrália e acabar com uma praga de estrelas-do-mar que vivem na região almeja recuperar o esplendor da Grande Barreira de Coral até o ano 2050.

A recuperação da Grande Barreira demoraria, em uma situação ideal, cerca de 20 anos. Mas a data estipulada em 2050 é considerada "mais realista" pelo diretor-executivo da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, Russell Reichelt.

Formada há dezenas de milhões de anos, quando a Austrália se separou do supercontinente Gondwana e se deslocou para o norte, a Grande Barreira compreende 3 mil recifes e mais de 1 mil ilhas, que se estendem ao longo de 2 mil quilômetros. A área abriga 400 tipos de coral, 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos.

Em 1981, a Grande Barreira foi declarada pela Unesco — a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura — como Patrimônio da Humanidade.

Agora, a entidade avalia se a inclui em 2015 na lista de Patrimônio em Perigo pelo impacto do desenvolvimento da zona litorânea no ecossistema, pela qualidade das águas e pela saúde dos corais.

A ameaça motivou o governo australiano a publicar recentemente a minuta de um plano de recuperação da Grande Barreira até 2050.

Para os ecologistas, o documento é insuficiente, especialmente quando se trata de resolver o problema dos vazamentos causados pela dragagem de portos próximos à Grande Barreira.

Praga

Espécie de estrela-do-mar destrói ao menos 40% dos corais australianos

A estrela-do-mar-coroa-de-espinhos, praga que devora corais e cuja fêmea produz cerca de 60 milhões de ovos ao ano, chega a medir 40 centímetros quando adulta e é responsável pela destruição de mais de 40% dos corais na costa australiana.

Uma equipe liderada pelo cientista Steve Moon é a principal responsável pelos esforços para controlar a população das coroas-de-espinhos.São necessários cerca de quatro anos a mais para poder reduzir a população de estrelas-do-mar e para contribuir à restituição dos sistemas coralinos da Grande Barreira.

Russell Reichelt, da Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, considerou que seria um erro incluir a Grande Barreira na lista de Patrimônios em Perigo já que a formação de corais conserva grande parte da integridade e dos valores naturais e as autoridades fazem o possível para conservá-la.

Intempéries

Segundo o Instituto de Ciências Marinhas, 48% da deterioração dos corais se deve às tempestades e aos ciclones, 42% pelas estrelas-do-mar-coroa-de-espinhos e 10% pelo aquecimento global.

Milhares

A Grande Barreira de Coral é formada por 3 mil recifes e mais de 1 mil ilhas, num raio de 2 mil quilômetros. A área abriga 400 tipos de coral, 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos.

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