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O ex-presidente e atual senador argentino Carlos Menem pode ser condenado a até oito anos de prisão caso o Tribunal Oral Penal Econômico Número 3 aceite o pedido da promotoria, que o considera responsável por uma "associação ilícita" que protagonizou o maior caso de contrabando de canhões, fuzis, foguetes antitanques e munições da história da Argentina.

Em fevereiro, quando o julgamento for retomado após o recesso de verão, Menem terá de sentar no banco dos réus para prestar depoimento. Trata-se da primeira vez que um ex-presidente eleito democraticamente é submetido a um julgamento oral e público na Argentina. Caso o tribunal o condene, será necessário emitir um pedido especial ao Senado para que seja suspensa a imunidade parlamentar do político. Se os senadores não acatarem o pedido, Menem poderia ir à prisão a partir de 2014, quando acaba seu mandato.

Os envios de armas - um total de 6,5 mil toneladas remetidas em dez remessas confirmadas (suspeita-se que podem ter ocorrido remessas ainda não descobertas) - foram feitos entre 1991 e 1995. A estimativa é que o Estado argentino teve um prejuízo de mais de US$ 180 milhões com esse contrabando.

As armas foram vendidas de forma clandestina para a Croácia e o Equador. Menem, que assinou os decretos, alega que não leu o conteúdo dos documentos. Outras 17 pessoas também estão na mira da Justiça. Entre os envolvidos está o ex-ministro de Defesa Oscar Camilión e o ex-cunhado de Menem, Emir Yoma.

Prisão

Menem esteve em prisão domiciliar durante cinco meses em 2001, acusado de ter liderado uma máfia que organizou o contrabando. Mas foi liberado graças a um grupo de juízes que integravam na época a Corte Suprema e declararam publicamente sua amizade pelo ex-presidente. Aos 80 anos, Menem está em seu crepúsculo político. Em seu antigo feudo, sua província natal de La Rioja, só possui a fidelidade de um único prefeito.

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