O promotor-geral da Bolívia, Mario Uribe, anunciou ontem o início de uma investigação penal contra o ex-ministro de Interior Sacha Llorenti e os policiais que participaram da repressão contra a marcha indígena no fim de semana.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que milhares de trabalhadores foram às ruas de La Paz e outras grandes cidades da Bolívia para apoiar os indígenas contra a construção de uma estrada levada adiante pela empreiteira brasileira OAS e financiada pelo BNDES numa reserva florestal. Uribe não descartou a hipótese de convocar o presidente boliviano, Evo Morales, para depoimento.
O promotor afirmou que o Ministério Público não tem informações sobre mortos ou feridos pela violência policial no fim de semana, como denunciam à imprensa indígenas e ativistas. Ele disse ainda que não está claro de quem foi a ordem de atacar a marcha. Diante dos protestos, Evo Morales anunciou a suspensão da obra na segunda-feira.
Llorenti inicialmente afirmou que a operação policial foi solicitada pela Justiça. Na terça, disse que a ordem de ataque não partira dele nem de Evo, mas do vice-ministro de Interior Marcos Farfán, que também deixou o cargo. Em sua carta de demissão, Farfán negou ter autorizado o ataque e disse que deixou o cargo por não concordar com o uso da violência contra os manifestantes.
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