Promotoria paraguaia acusa ex-direitor da Itaipu

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A Promotoria do Paraguai acusou o ex-diretor da Itaipu, Victor Bernal, por supostas irregularidades cometidas durante a sua gestão na hidrelétrica que o país administra com o Brasil, informou a imprensa paraguaia na quinta-feira.

A hidrelétrica fica no rio Paraná e produz anualmente 90 bilhões de megawatts por hora. A energia produzida é dividida em partes iguais.

O promotor de crimes econômicos Gustavo Gamba apresentou na quarta-feira uma acusação contra Bernal por lesão de confiança. A acusação foi feita com base em um suposto desvio de recursos destinados a obras sociais. A soma chegaria a mais de 80 mil dólares.

"Apresentamos a imputação contra Víctor Bernal e funcionários de menor porte da Itaipu, responsáveis pelas obras de infra-estrutura realizadas na cidade de Minga Guazú", disse Gamba a uma rádio local.

Esta é a primeira vez que a Promotoria paraguaia acusa um diretor da Itaipu.

Bernal, que comandou a administração paraguaia da usina binacional de 2003 a 2008, ocupa desde julho um assento no Senado, representando o Partido Colorado, de oposição.

Portanto, a Justiça deverá solicitar ao Senado o fim do foro privilegiado para poder processá-lo.

"Esperamos celeridade na definição referente ao desaforamento para poder ter um caminho livre para prosseguir com os trâmites da investigação. Solicitamos um prazo de seis meses a fim de reunir mais elementos para formular a acusação e chegar a um juízo que possa esclarecer tudo", explicou Gamba.

O presidente paraguaio, Fernando Lugo, depois de assumir o cargo no dia 15 de agosto, prometeu tornar mais transparente a administração da Itaipu, alvo de críticas de acusações da mídia local de desvio de fundos durante o governo de Nicanor Duarte.

Há alguns meses, a Promotoria iniciou investigações dos últimos diretores da central devido a irregularidades administrativas denunciadas por advogados da Itaipu.

Entre elas, questiona a suposta utilização de recursos da central para financiar a campanha eleitoral do partido Colorado e o suposto desvio de fundos destinados a programas sociais.