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O ministro de Segurança Interna e Externa do Equador, Miguel Carvajal, disse que os protestos das forças de segurança do país nesta quinta-feira (30) deixaram um morto e "alguns" feridos.

A informação foi dada em entrevista no Palacio de Carondelet, sede da Presidência. Carvajal, que estava acompanhado de outros ministros, também disse que o governo quer negociar com os rebelados, se eles mudarem de atitude.

Mais cedo, um jornal local havia dito que um policial morreu em confrontos no principal quartel da capital, Quito.

O presidente do Equador, Rafael Correa, estava reunido com representantes dos policiais rebelados no final da tarde desta quinta-feira. A reunião acontecia em um dos quartos do hospital em que Correa foi socorrido após ser atingido por gás depois de discursar no mesmo quartel da capital.

A informação é da agência oficial Andes. O ministro de Finanças, Patricio Rivera, participa da reunião.

Os protestos de policiais e militares levaram o governo do esquerdista Correa a denunciar uma tentativa de golpe de estado e a decretar estado de exceção nesta quinta-feira.

Durante uma semana, as Forças Armadas irão às ruas para assumir a segurança pública do país.

Ao mesmo tempo, o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Equador, general Ernesto González, pediu nesta quinta-feira que os policiais ponham fim ao movimento, garantindo que seus direitos serão respeitados.

Mais cedo, González já havia declarado lealdade ao presidente.

O vice-presidente equatoriano, Lenín Moreno, também declarou apoio a Correa e conclamou o povo a ir às ruas para apoiar o presidente.

Corte de benefícios

Os protestos ocorrem porque Correa ameaçava retirar uma série de benefícios econômicos dos militares e da polícia, dentro de seu plano de austeridade e enxugamento do setor público.

O plano tem a oposição até mesmo de parlamentares do próprio partido de Correa, o que levou o presidente a manifestar a intenção de dissolver o Parlamento, como prevê a Constituição equatoriana de 2008.Diplomacia

A comunidade internacional manifestou-se a favor de Correa e contra os protestos e a suposta tentativa de golpe.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução de apoio a Correa.

Em uma sessão extraordinária do Conselho Permanente em Washington, representantes dos países que compõem a OEA rejeitaram qualquer tentativa de desestabilização da ordem constitucional no país.

O Mercosul, bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, condenou "energicamente todo e qualquer tipo de ataque ao poder civil legitimamente constituído e à ordem constitucional e democrática do Equador", segundo nota do Itamaraty.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que os chefes de Estado da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) realizarão uma reunião de emergência nas próximas horas em Buenos Aires para analisar a rebelião. O Brasil vai enviar representante à reunião.

Clima tenso

O clima seguia tenso no país, com relatos de comércio e escola fechados e saques. O aeroporto Mariscal Sucre, de Quito, ficou fechado por conta dos protestos até o início da noite.

Policiais que cercam o hospital em que Correa está internado teriam lançado gás contra civis partidários do presidente.

O comandante da Polícia Nacional, general Freddy Martínez, negou a versão de que Correa estaria "sequestrado" no hospital. Mas jornalistas que estavam no local relatavam que os conflitos de rua continuavam.

Ao longo do dia, policiais em Guayaquil e Quito protestaram em seus quartéis. Militares em Guayaquil bloquearam algumas estradas que chegam à cidade litorânea, a mais populosa do Equador.

A estatal de petróleo Petroecuador afirmou que suas operações não foram afetadas e que militares reforçaram a segurança nas unidades.

Cadeia de rádio e TV

O governo do Equador estabeleceu uma cadeia nacional de rádio e TV por tempo indeterminado enquanto durar o estado de exceção, segundo comunicado da presidência.

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