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Manifestações de professores e funcionários públicos na Argentina se somaram em Jujuy a protestos contra mudanças na constituição local
Manifestações de professores e funcionários públicos na Argentina se somaram em Jujuy a protestos contra mudanças na constituição local| Foto: Reprodução/Deutsche Welle

A província de Jujuy é o epicentro da greve nacional que foi convocada para esta quinta-feira (22) na Argentina.

Ela ocorre depois que o governador local, Gerardo Morales, que pertence à União Cívica Radical (UCR), partido de oposição ao presidente Alberto Fernández, avançou com uma reforma constitucional que, segundo seus adversários políticos, limita o direito de reunião e manifestação.

Durante esta quinta-feira, ocorrem manifestações em vários municípios da província e bloqueios de estradas, com "liberações" periódicas em que é permitida a passagem de veículos, coincidindo com uma greve prolongada de professores e outros funcionários públicos, que exigem melhores salários há três semanas.

Em uma das províncias argentinas com a maior porcentagem de indígenas, as comunidades nativas alegam que a emenda oficializada na quarta-feira (21) é prejudicial a elas porque, segundo as mesmas, limita seus direitos às terras que habitam há gerações. Jujuy é uma região rica em lítio, e a Argentina forma o chamado Triângulo do Lítio com Chile e Bolívia.

Nas últimas horas, milhares de pessoas se manifestaram com tochas no centro de San Salvador, capital da província. No local, também se encontram grupos de mineradores de Aguilar e outros de trabalhadores rurais, que chegaram para exigir a revogação da reforma ou, caso contrário, a renúncia de Morales, a quem chamaram de "ladrão e ditador".

Na noite de terça-feira (20), mais de 170 pessoas ficaram feridas durante manifestações contra o governador e cerca de 70 foram presas, das quais cerca de 20 foram libertadas na quarta-feira com acusações.

Ação peronista?

Da oposição ao governo peronista de Alberto Fernández e em apoio a Morales, os pré-candidatos à presidência Patricia Bullrich e Horacio Rodríguez Larreta apontaram a ativista Milagro Sala, atualmente em prisão domiciliar como autora, entre 2003 e 2015, de crimes de associação ilícita, fraude contra a administração pública e extorsão, como líder oculta das mobilizações.

No entanto, o membro do sindicato de professores de Ensino Médio e Superior (CeDEMS, sigla em espanhol), Mariano Ortiz, argumentou que se trata de "uma luta sindical genuína".

Na quarta-feira, Patricia Bullrich criticou um projeto de lei apresentado pela deputada nacional situacionista Gisela Marziotta, para uma intervenção federal dos três poderes de Jujuy por 180 dias.

“O plano é claro: intervir na província de Jujuy para anistiar Milagro Sala e Cristina Fernández de Kirchner [vice-presidente, condenada por corrupção no ano passado]”, escreveu no Twitter. “Com a violência, preparam a impunidade antes de perder as eleições nacionais. Comigo, isso vai acabar.”

Também no Twitter, Morales alegou que Fernández e Kirchner estariam por trás das manifestações em Jujuy. “Parem de infiltrar pessoas violentas pagas com planos na nossa população. Sempre defenderemos a paz e a ordem”, afirmou.

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