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Ucrânia

Putin afirma que tropas russas deixaram fronteira

Presidente da Rússia diz que as forças do seu país não estão mais nos limites com o vizinho. Segundo a Otan, ainda não houve retirada

Vladmir Putin estaria sinalizando para conter a crise | Sergei Karpukhin/ Reuters
Vladmir Putin estaria sinalizando para conter a crise (Foto: Sergei Karpukhin/ Reuters)

O presidente da Rússia, Vla­­dimir Putin, disse que as tropas do seu país deixaram ontem as regiões na fronteira com a Ucrânia.

"Sempre nos dizem que nos­­sas forças na fronteira ucra­­niana são uma preocupação. Nós as retiramos. Hoje elas não se encontram na fronteira, estão em locais onde conduzem suas atividades regulares em campos de treinamento", disse Putin.

O presidente ainda afirmou que é possível comprovar a retirada: "Isso pode ser verificado com muita facilidade por meios modernos de reconhecimento, incluindo a observação espacial", disse.

Observadores internacionais e potências ocidentais acusam o presidente da Rússia de manter tropas na fronteira com a Ucrânia e apoiar os insurgentes do leste e do sul do país com o objetivo de desestabilizar o governo interino de Kiev. Um alto funcionário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que a aliança não identificou nenhum sinal de uma retirada russa da fronteira, para onde Moscou enviou dezenas de milhares de soldados, proclamando o direito de invadir a Ucrânia para proteger a população russófona.

Referendo

Na terça-feira, Putin pediu aos separatistas pró-Moscou da Ucrânia que adiem uma votação sobre o desmembramento do país, a apenas cinco dias de sua realização, potencialmente recuando de uma iminente fragmentação da Ucrânia.

O ato foi o primeiro sinal dado pelo líder do Kremlin de que não endossaria o referendo planejado para domingo por rebeldes pró-Rússia em busca da independência de duas províncias que somam 6,5 milhões de habitantes e cerca de um terço da produção industrial ucraniana.

"Nós pedimos aos representantes do sudeste ucranianoque adiem o referendo marcado para 11 de maio", disse Putin. Ele afirmou que criaria condições para um diálogo entre Kiev e os separatistas.

Ministro brasileiro critica adoção de sanções

Sem citar diretamente a cri­­se entre Rússia e Ucrânia, o ministro das Relações Ex­­te­­riores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, criticou, na última terça-feira, a adoção de sanções que "muitas vezes não resolvem o problema".

Em ação articulada com países europeus, os Estados Unidos já adotaram punições financeiras a companhias e indivíduos próximos ao presidente russo, Vladimir Putin, e ameaçam sanções mais duras sobre o comércio, energia e equipamentos militares. As medidas seriam uma resposta ao descumprimento por parte da Rússia de acordo de paz assinado com a Ucrânia. "Não queremos ver uma espiral de sanções contra sanções que não se amparam na carta da ONU e que muitas vezes não resolvem o problema", disse o chanceler em audiência pública na Câmara dos Deputados. A reunião é acompanhada pelo embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko.

Durante sua fala, o chanceler brasileiro defendeu ainda a "liberdade de manifestação" de populações e sua opinião expressa em eleições – a Ucrânia passa por uma eleição presidencial no dia 25 deste mês. "Outro desafio importante é a manifestação por liberdade e o respeito a essa liberdade de manifestação, que passa por ouvir e reagir adequadamente à manifestação legitima da população", afirmou.

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