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Partidário balança uma bandeira com o rosto de Putin | AFP
Partidário balança uma bandeira com o rosto de Putin| Foto: AFP

O primeiro-ministro e ex-presidente da Rússia, Vladimir Putin, ganhou virtualmente as eleições presidenciais deste domingo (04) de acordo com as pesquisas e os resultados parciais, vitória que seus rivais não demoraram muito para começarem a questionar.

"Agradeço a todos os que disseram 'sim' à Grande Rússia", gritou Putin com lágrimas nos olhos e diante de mais de 100 mil partidários, que estavam reunidos no Kremlin.

O eventual presidente eleito afirmou que o povo da Rússia soube "diferenciar os ânimos renovadores das tentativas de destruir o país". "Vencemos!", gritou Putin diante de seus seguidores.

Segundo a Comissão Eleitoral Central (CEC), após a apuração de 35,92% dos votos, Putin aparece com 63,6%. Se esta previsão for confirmada, Putin, que já exerceu o cargo de presidente entre 2000 e 2008, venceria o pleito já no primeiro turno.

"Não haverá segundo turno. Esta vitória já estava clara há dois ou três meses", disse o cineasta Stanislav Govorujin, chefe de campanha de Putin, logo após a divulgação dos primeiros resultados.

O líder do Partido Comunista da Rússia, Gennady Zyuganov, aparece na segunda posição, segundo os dados da CEC, com 17,31%.

A terceira posição é disputada entre o multimilionário Mikhail Prokhorov (7,2%) e o ultranacionalista Vladimir Jirinovsky (7,05%), enquanto o social-democrata Sergey Mironov, antigo presidente do Senado, é o quinto e último candidato, com 3,73% dos eleitores.

Poucos minutos depois da divulgação dos primeiros resultados oficiais, o líder comunista negou a legitimidade destas eleições, considerada pelo chefe da campanha de Putin como "as mais limpas de toda a história da Rússia".

"Não vejo sentido em felicitar ninguém. Todos nós perdemos com estas eleições. Limparam os pés com nossos cidadãos", declarou Zyuganov, que acrescentou que "como candidato", não pode "reconhecer o pleito realizado como limpo, justo e honesto".

"A enorme máquina estatal, criminosa e corrupta, trabalhou a favor de um só candidato", completou o líder comunista em alusão ao atual primeiro-ministro, Vladimir Putin.

Prokhorov também não parabenizou Putin, já que, segundo disse, "estas eleições não foram limpas e seus advogados preparam uma apelação aos tribunais".

O triunfo de Putin também foi questionado pelo ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev, que afirmou duvidar que os dados oficiais preliminares refletem as preferências reais dos cidadãos.

"Há uma grande dúvida que estes (resultados) reflitam os ânimos da sociedade. Mas, enquanto não haja falsificações maciças confirmadas, é difícil fazer comentários ", disse Gorbachev.

Dezenas de caminhões e ônibus repletos de agentes das forças especiais da Polícia e soldados das tropas de Interior se encarregam de garantir a segurança em todo o centro de Moscou para evitar possíveis protestos opositores.

"Esta vitória não cederemos a ninguém. Necessitamos disso para que nosso país seja moderno, forte e independente", proclamou o atual presidente, Dmitri Medvedev, ao anunciar a vitória de Putin.

Para Mironov, um antigo amigo do homem forte da Rússia, Putin "não deverá cumprir o prazo estabelecido pelo mandato presidencial", uma opinião parecida com a de Zyuganov, que advertiu que as autoridades russas "não poderão governar como têm feito até agora".

"É necessário mudar profundamente o sistema eleitoral para que as eleições sejam justas", advertiu Gorbachev, que insistiu que antes do final do ano "será preciso realizar novas eleições legislativas".

Apesar da jornada de votação ter sido realizada de maneira pacifica e não ter apresentado maiores incidentes, três policiais morreram no Cáucaso Norte após um ataque contra um colégio eleitoral no Daguestão.

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