O atual mandatário russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (8) que concorrerá novamente às eleições presidenciais do país, marcadas para o dia 17 de março do próximo ano. As informações foram divulgadas pela agência estatal Tass.
O anúncio ocorre um dia depois do Senado russo confirmar a realização da votação. Caso vença as próximas eleições, o chefe do Kremlin pode permanecer no poder até 2030, cumprindo seu quinto mandato à frente da presidência da Rússia, cargo que exerce há 23 anos.
A reeleição de Putin é possível graças a uma série de reformas constitucionais, organizadas pelo próprio líder russo, que controla o sistema político do país, tornando sua continuidade na presidência uma realidade ainda por dois mandatos de seis anos, caso seja eleito, podendo permanecer no poder até 2036.
O principal opositor de Putin, Alexei Navalny, atualmente cumpre uma pena de quase 30 anos de prisão, e recebeu novas acusações nos últimos dias, o que retira qualquer risco de ameaça ao mandatário.
Além de Putin, dois políticos russos anunciaram planos de concorrer ao cargo: o ex-deputado Boris Nadezhdin, atual vereador na região de Moscou, que em junho afirmou que "a Rússia precisava escolher um substituto para Putin no poder", e Yekaterina Duntsova, jornalista e advogada da região de Tver, que já foi vereadora e é a favor do fim da guerra contra a Ucrânia. No entanto, apesar da concorrência, a reeleição de Putin é muito provável.
Após a confirmação das eleições presidenciais da Rússia, nesta quinta-feira (7), Navalny fez um apelo direto da prisão onde está detido para que os russos votem no dia 17 de março em qualquer candidato, exceto o atual chefe do Kremlin, Vladimir Putin. “Nesse dia pedimos a todos para irem às urnas e votarem contra Vladimir Putin. Isso pode ser feito colocando uma cruz na caixa de qualquer outro candidato”, escreveu Navalny no seu canal do Telegram.
“Sem dúvida, nos espera uma paródia do processo eleitoral. E os resultados finais, como sempre, serão manipulados. Mas qualquer eleição, mesmo a mais falsa, é um momento de dúvida. As pessoas pensam em quem está no poder e no porquê", destacou o opositor.
Em setembro, o Ministério das Finanças russo divulgou o orçamento federal para o período de 2024-2026, que terá um aumento anual de 67,65% na Defesa. Neste ano, foram destinados 6,5 bilhões de rublos (cerca R$ 337 milhões) para a Defesa e, para o ano que vem, foi divulgado um investimento de 10,8 bilhões de rublos (cerca de R$ 559 milhões) para financiar os equipamentos usados na guerra na Ucrânia, o que evidencia a continuidade dos planos expansionistas de Putin no leste europeu.
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