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Infância

Putin defende lei que proíbe americanos de adotarem crianças russas

Legislação aprovada no Parlamento russo só depende da sanção do presidente para entrar em vigor

Crianças órfãs russas, que aguardam adoção, brincam em orfanato na cidade de Rostov-on-Don, sudoeste do país | Vladimir Konstantinov/Reuters
Crianças órfãs russas, que aguardam adoção, brincam em orfanato na cidade de Rostov-on-Don, sudoeste do país (Foto: Vladimir Konstantinov/Reuters)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que não tem motivos para vetar a lei que proíbe a adoção de crianças russas por cidadãos americanos. A medida polêmica foi aprovada pelo Senado na quarta-feira. Antes, a proposta havia sido aprovada pela Câmara baixa do Parlamento.

O novo texto é visto como uma retaliação a uma lei aprovada nos Estados Unidos que pede sanções a russos que são acusados de violação dos direitos humanos, incluindo funcionários do governo.

A proibição das adoções também recebeu a oposição de integrantes do governo russo, incluindo o chanceler Sergei Lavrov, argumentando que seria uma violação da Constituição russa e suas obrigações internacionais.

Putin disse que ainda precisa estudar o texto final e prometeu melhorar o atendimento às crianças russas nos orfanatos, em especial às que estão doentes ou possuem alguma deficiência.

Segundo a Unicef, mais de 740 mil crianças russas estão em orfanatos de todo o país. Críticos dizem que, caso a lei seja aprovada, muitas delas serão privadas de conseguir uma família.

Na semana passada, o chefe de Estado afirmou que a decisão era "emocional, mas apropriada" e responde a uma chamada "falha na proteção dos direitos das crianças russas adotadas". Para Moscou, a acusação é prova de que os americanos descumpriram o tratado de adoção assinado neste ano.

Proibição

O projeto foi aprovado por unanimidade pelo Senado e com um placar de 400 votos a 4 pela Duma (Câmara baixa do Parlamento). A medida também prevê sanções contra estrangeiros que "atentem contra os direitos de cidadãos russos" e multas a ONGs com financiamento americano.

A lei foi chamada de Dima Iakovlev, em referência a um menino russo de dois anos que morreu após ter sido deixado por seus pais adotivos em um carro fechado em pleno verão nos Estados Unidos, em 2008. O pai foi absolvido pela Justiça americana, o que provocou protestos de Moscou.

A votação acontece dias depois de Washington aprovar a chamada Lei Magnitski, que impõe sanções a funcionários russos envolvidos na morte do jurista Serguei Magnitski em 2009.

Ele cumpria prisão preventiva após ser acusado de desvio de verbas e lavagem de dinheiro quando foi morto e torturado por agentes russos, que ainda impediram que ele recebesse atendimento médico.

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