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Os ditadores da Rússia, Vladimir Putin, e da Venezuela, Nicolás Maduro, conversaram por telefone nesta quinta-feira (11), e o líder russo reafirmou “apoio” à ditadura chavista na “proteção dos interesses nacionais e da soberania” do país sul-americano.
“Vladimir Putin expressou solidariedade ao povo da Venezuela e reafirmou seu apoio às políticas do governo Maduro voltadas à proteção dos interesses nacionais e da soberania em meio às crescentes pressões externas”, informou o Kremlin em comunicado.
A mensagem foi um recado aos Estados Unidos: desde o final de agosto, Washington enviou embarcações militares, inclusive o maior porta-aviões do mundo, e caças para o Mar do Caribe, perto da Venezuela, e ao Oceano Pacífico, próximo da Colômbia, para uma operação que por ora resultou em 22 ataques a 23 embarcações que alegou terem ligações com o narcotráfico. Ao menos 87 pessoas foram mortas nestas ações.
O regime chavista considera que essa operação tem o objetivo de tirar Maduro do poder. Nas últimas semanas, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem afirmado que essa ação será ampliada e incluirá ataques por terra na Venezuela. Em entrevista ao site Politico na segunda-feira (8), o mandatário americano disse que Maduro está com os dias “contados”.
“Ambos os lados reafirmaram seu compromisso mútuo com a implementação consistente de projetos conjuntos nas áreas de comércio e economia, energia, finanças, cultura, ajuda humanitária e outras”, acrescentou o Kremlin, ao comentar o telefonema entre Maduro e Putin.
Segundo informações da agência EFE, o regime da Venezuela divulgou comunicado no qual garantiu que Putin expressou “firme e categoricamente seu apoio e respaldo” a Maduro nos “esforços nacionais para consolidar a paz, a estabilidade política, o desenvolvimento econômico e a proteção social” na Venezuela.
Em outubro, o jornal americano The Washington Post informou que Maduro enviou cartas aos regimes da Rússia e da China para solicitar apoio militar diante da crescente presença dos EUA no Caribe, com pedidos de mísseis, radares e assistência técnica para aeronaves militares venezuelanas. Até o momento não se sabe se tais reivindicações foram atendidas.
Em novembro, o site especializado em assuntos militares The War Zone publicou uma entrevista com o tenente-general Kyrylo Budanov, da Diretoria de Inteligência de Defesa da Ucrânia, que relatou que a Rússia enviou no início do ano o coronel-general Oleg Leontievich Makarevich e 120 soldados para capacitar forças venezuelanas em Caracas, Maracaibo, La Guaira e Ilha das Aves, em treinamentos de infantaria, drones e forças especiais.
Apesar de tais atividades fazerem parte de uma parceria militar de anos entre Moscou e Caracas e não serem oficialmente uma reação à atual operação dos Estados Unidos contra o narcotráfico no Caribe, Makarevich e suas tropas permanecem na Venezuela, o que causa estranheza, já que ações desse tipo realizadas por comandantes russos geralmente duram apenas seis meses.
No final de outubro, Putin promulgou a lei de ratificação do Tratado de Associação Estratégica entre Rússia e Venezuela que havia sido assinado em Moscou em maio, compromisso que amplia a interação entre os dois países nas esferas política e econômica, incluindo parcerias nas áreas de energia, mineração, transporte e comunicações, assim como em segurança e “luta contra o terrorismo e o extremismo”.







