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Presidente russo disse que objetivos estão “sendo completados” e negou intenção de fazer a Ucrânia deixar de existir como Estado
Presidente russo disse que objetivos estão “sendo completados” e negou intenção de fazer a Ucrânia deixar de existir como Estado| Foto: EFE/EPA/RAMIL SITDIKOV/KREMLIN

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (14) que não vê necessidade de mais ataques maciços a infraestruturas da Ucrânia depois de destruir cerca de um terço da rede elétrica do país.

“Agora não há necessidade de ataques maciços. Agora temos outros alvos, pois de cerca de 29 alvos planejados, apenas sete não foram destruídos, de acordo com os planos do Ministério da Defesa”, afirmou Putin em uma entrevista coletiva concedida após dois dias de cúpulas regionais em Astana, capital do Cazaquistão.

“Mas eles estão sendo completados, esses objetivos”, acrescentou, além de ressaltar que posteriormente a possibilidade de novos bombardeios maciços poderá ser reavaliada.

A Rússia lançou os ataques em larga escala contra a Ucrânia após denunciar um ataque terrorista à ponte da Crimeia no sábado e culpar Kyiv pela autoria.

Perguntado se a “operação militar especial” russa (o Kremlin não usa o termo guerra) pode fazer com que a Ucrânia deixe de existir como Estado, Putin disse que “nunca nos propusemos o objetivo de aniquilá-la”.

“Quero deixar isso claro. O que está acontecendo agora é desagradável, dito de maneira suave, mas se não o tivéssemos feito agora, teríamos sido forçados a fazê-lo mais tarde, mas em condições muito piores para nós”, alegou.

“Estamos agindo de forma correta e oportuna”, argumentou Putin, que também garantiu não ter se arrependido de realizar a ofensiva militar contra a Ucrânia, apesar dos contratempos enfrentados pelas tropas russas.

Mobilização parcial termina em duas semanas

O presidente russo também disse em Astana que a mobilização parcial que ele ordenou em 21 de setembro por ocasião da guerra na Ucrânia será concluída em cerca de duas semanas e que não tem planos de estendê-la.

“Um total de 222 mil pessoas de 300 mil já foram mobilizadas” para fins militares, e “todas as atividades de mobilização serão concluídas em aproximadamente duas semanas”, afirmou Putin na entrevista coletiva. O chefe do Kremlin ressaltou que não está prevista nenhuma mobilização adicional.

“Em primeiro lugar, o Ministério da Defesa propôs inicialmente um número menor, não 300 mil pessoas. Em segundo, nada adicional está planejado. O Ministério da Defesa não propôs nada nessa direção, e em um futuro próximo não vejo nenhuma necessidade”, afirmou.

Putin disse que, atualmente, 33 mil dos 222 mil mobilizados estão em unidades de treinamento militar e 16 mil em destacamentos que já servem em missões de combate.

Em resposta a inúmeras alegações de que cidadãos mobilizados estão sendo enviados para o front sem qualquer treinamento militar, ele anunciou que iria instruir o Conselho de Segurança russo a realizar uma inspeção de como os cidadãos mobilizados são treinados. “Todos os cidadãos chamados para o recrutamento devem receber treinamento”, enfatizou.

O escritório de recrutamento da região de Cheliabinsk confirmou à agência de notícias russa Tass a morte de cinco recrutas, nenhum dos quais, segundo o serviço russo da rede britânica BBC, que cita declarações de parentes, tinha recebido treinamento militar antes de ser enviado para a linha de frente na Ucrânia.

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