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Tensão

Pyongyang prepara lançamento de novo míssil de longo alcance

Aplicação de novas sanções ao governo da Coreia do Norte pelo Conselho de Segurança da ONU esbarra na resistência da China

Militares da Coreia do Sul patrulham a costa oeste do país: movimentação no vizinho do Norte para o lançamento de novo míssil aumenta o clima de guerra na região | Reuters
Militares da Coreia do Sul patrulham a costa oeste do país: movimentação no vizinho do Norte para o lançamento de novo míssil aumenta o clima de guerra na região (Foto: Reuters)

Seul - A Coreia do Norte transportou para a base de lançamento seu míssil de longo alcance mais avançado entre domingo e ontem e pode lançar o projétil – com capacidade de atingir o território americano do Alasca – já na próxima semana. A informação foi divulgada pela agência sul-coreana Yonhap.

Pyongyang tem realizado ainda exercícios navais na sua costa leste, em áreas próximas à fronteira marítima com a Coreia do Sul.

A delimitação da região é até hoje disputada pelos vizinhos. Na última década, em pelo menos dois episódios escaramuças fizeram vítimas. A Coreia do Norte ameaça tomar medidas de "autodefesa’’ caso o Conselho de Segurança (CS) da ONU decida adotar novas sanções contra o país em retaliação à realização de um teste nuclear há nove dias, o segundo em menos de três anos.

A detonação do artefato, de potência estimada em cinco vezes à da explosão de 2006, provocou reprovação internacional unânime. Mesmo aliados, como Rússia e sobretudo China, manifestaram contrariedade com a realização do teste.

O míssil balístico de longo alcance, cujo lançamento vem sendo preparado desde a última sexta, é vetado pela resolução do CS adotada após o primeiro teste nuclear do país. A aplicação de sanções mais duras esbarra na resistência sobretudo da China. Diplomatas dizem, porém, que as negociações têm avançado, e um texto consolidado deve ser apresentado nos próximos dias. No sábado, o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, rechaçou aceitar a Coreia do Norte como um "Estado nuclear’’.

O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, advertiu ontem que Seul "nunca tolerará" que o vizinho siga pelo caminho "das ameaças militares e da provocação". "Nós sinceramente esperamos a paz, mas lidaremos duramente com quaisquer ameaças."

Porém a Coreia do Norte voltou a afirmar que pretende fortalecer seu setor nuclear, para proteger sua "ideologia e sistema", afirmou a agência estatal KCNA, nesta segunda-feira.

Lee Sang-hyun, diretor do "think tank" Sejong Institute, em Seul, disse que as atitudes da Coreia do Norte são planejadas para atrair a atenção internacional.

"A Coreia do Norte quer virar um Estado nuclear total e depois negociar", ele disse. "Como um Estado nuclear, ela terá mais poder de barganha com os EUA".

A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) qualificará o teste norte-coreano como "um ato de provocação", segundo o governo sul-coreano. A entidade regional se reuniu ontem e volta a se reunir hoje.

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