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Deslocamento de tropas para Alemanha, Polônia e Romênia tem o objetivo de dissuadir a Rússia de uma ação militar na Ucrânia
Deslocamento de tropas para Alemanha, Polônia e Romênia tem o objetivo de dissuadir a Rússia de uma ação militar na Ucrânia| Foto: Comando Militar dos Estados Unidos na Europa

Trezentos soldados americanos para apoio à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar do Ocidente, desembarcaram nesta sexta-feira (4) na Alemanha, como parte de um contingente de 2 mil militares que estavam em solo americano e estão sendo deslocados para a Europa, em meio à crise da concentração de tropas da Rússia na fronteira com a Ucrânia.

Segundo comunicado do Comando Militar dos Estados Unidos na Europa, os outros 1,7 mil soldados devem chegar à Polônia no fim de semana. “Esses movimentos são projetados para responder ao atual ambiente de segurança e reforçar o flanco leste da Otan”, informou.

Durante a semana, o porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby, havia afirmado também que os Estados Unidos estão realocando à Romênia mil soldados atualmente estacionados na Alemanha.

Nesse caso, trata-se de “um esquadrão de ataque e uma unidade de cavalaria que são projetados para serem destacados a curto prazo e se moverem rapidamente quando estiverem no local”, disse o porta-voz, acrescentando que estas tropas se somarão a outros 900 militares dos Estados Unidos que estão atualmente na Romênia.

Dos 2 mil militares que estavam nos Estados Unidos, a maioria é formada por membros da 82ª Divisão Aérea, que destacou uma equipe de combate de infantaria para a Polônia. A outra parte, que foi para a Alemanha, é uma equipe de trabalho composta por integrantes do 18º Corpo Aerotransportado.

Este grupo “está treinado e equipado para uma série de missões para conter a agressão e reafirmar nosso compromisso com nossos aliados”, disse Kirby, enfatizando que as missões são “temporárias” e não permanentes, e que estes militares não participarão de combates na Ucrânia – a intenção é simplesmente dissuadir a Rússia de uma possível invasão ao país vizinho.

“Eles vão garantir a defesa robusta de nossos aliados da Otan”, afirmou o porta-voz. “Queremos ter certeza de que ele (o presidente russo Vladimir Putin) saiba que qualquer movimento contra a Otan vai desencadear o artigo 5º e que vamos nos comprometer com a defesa de nossos aliados, é disso que se trata.”

O artigo 5º do tratado estabelece o princípio da defesa mútua, ou seja, qualquer ataque a um dos países-membros é considerado um ataque à aliança inteira. Nesta semana, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, chamou a Ucrânia de “um aliado”, mas o país não integra a aliança.

A relação entre Ucrânia e Otan foi exatamente o argumento de Moscou para deslocar mais de 100 mil soldados para a fronteira, já que Putin, que alega apenas autodefesa, pressiona para que a organização vete permanentemente a entrada do país vizinho na aliança. Ele também exige que a Otan retorne às posições anteriores a 1997, quando vários países do antigo bloco comunista começaram a entrar na organização.

O Pentágono lembrou que, além das forças que estão sendo deslocadas, os Estados Unidos mantêm 8,5 mil soldados em seu território em alerta máximo, que estão prontos para serem mobilizados, mas que, no momento, não o farão.

Rússia rechaça alegação de vídeo falso para justificar invasão

Nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, classificou como “absurdas” as declarações de autoridades dos Estados Unidos sobre a suposta preparação de um vídeo falso para ser utilizado como pretexto para um ataque contra a Ucrânia.

“O caráter absurdo dessas reflexões, que aumentam a cada dia, é evidente para qualquer analista com algum conhecimento”, criticou, em entrevista à emissora Ren TV.

Na quinta-feira (3), John Kirby havia dito que a Rússia “poderia produzir um vídeo gráfico de propaganda, com cadáveres e atores que simulariam ser pessoas de luto”, como forma de justificar um ataque contra a Ucrânia.

Nesse sentido, “essas armas poderiam ser apresentadas de tal forma que deixasse parecer que haviam sido fornecidas pelo Ocidente para a Ucrânia”, completou Kirby.

A porta-voz da Chancelaria da Rússia, Maria Zakharova, convocou o Ocidente a deixar de fornecer armas para a Ucrânia, o que, segundo ela, estaria impedindo uma solução pacífica para o conflito no leste da antiga república soviética.

“Pedimos aos países da Otan que parem, imediatamente, com a instigação de uma histeria em torno do conflito interno ucraniano e parem com o abastecimento militar a Kiev”, afirmou Zakharova, em entrevista coletiva.

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