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Propaganda do presidente Recep Erdogan, candidato à reeleição, em Istambul
Propaganda do presidente Recep Erdogan, candidato à reeleição, em Istambul| Foto: EFE/EPA/ERDEM SAHIN

Neste domingo (14), milhões de pessoas foram às urnas na Turquia nas eleições mais importantes da história recente do país. O presidente Recep Tayyip Erdogan, que está há 20 anos no poder, se viu diante de um opositor capaz de destituí-lo. Kemal Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP), apareceu em pesquisas de intenção de voto com mais de 40% de aprovação. A pesquisa AtlasIntel, divulgada no dia anterior ao pleito, apontou Kilicdaroglu com 0,1 ponto percentual na frente de Erdogan, com 44,6% das intenções de voto.

Além do aumento do autoritarismo e populismo de Erdogan ao longo dos anos, que fortaleceu o opositor Kemal em uma campanha política marcada pela volta da democracia, a queda na popularidade de Erdogan passa pelo agravamento da crise econômica do país, advinda de um líder que interveio demais na economia. A inflação atingiu níveis inflacionários altíssimos, com o Índice de Preço ao Consumidor chegando a 85,5% em novembro do ano passado, o maior desde 1998.

O valor da lira turca, por sua vez, vem caindo ano a ano e chegou a US$ 0.0510 na semana passada, o menor valor da história. As trocas consecutivas de ministros da economia, intervenções do Estado no Banco Central e a baixa forçada dos juros agravaram a instabilidade monetária da Turquia e contribuíram com a insatisfação da população em relação a Erdogan. Para piorar sua situação, o terremoto que atingiu a Turquia em fevereiro deste ano e deixou mais de 50 mil mortos agravou os problemas do país.

Seu opositor, por sua vez, prometeu em sua campanha eleitoral adotar medidas liberais, como garantir a independência do Banco Central. Independentemente do vencedor do pleito eleitoral, as políticas monetárias caóticas devem ficar como lição do que não se fazer para agravar a situação econômica de um país e ainda minar a aceitação política pela população.

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