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Antissemitismo na mídia

“Queimaremos judeus como Hitler fez”, diz colaborador da BBC em Gaza

Uma fotografia de arquivo datada de 18 de outubro de 2007 mostra a fachada de um dos escritórios da BBC (British Broadcasting Corporation) no centro de Londres, Grã-Bretanha. (Foto: EPA)

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Um repórter que aparece com destaque no canal árabe da inglesa BBC, uma das maiores emissoras de rádio e televisão do mundo, declarou o seu desejo de que judeus sejam queimados "como Hitler fez".

A declaração foi feita por Samer Elzaenen, jornalista de 33 anos, que cobre o conflito entre Israel e o Hamas desde a Faixa de Gaza e contribuiu mais de uma dúzia de vezes em reportagens da BBC.

Neste sábado (26), uma reportagem da "The Telegraph" revelou inúmeras publicações de cunho antissemita publicadas por Samer nas redes sociais desde 2011.

Além de chamar os militantes do grupo terroristas Hamas e perpetradores dos ataques do 7 de outubro de "combatentes da resistência", ele recorrentemente expressa seu desejo pelo extermínio de judeus.

"Minha mensagem aos judeus sionistas: vamos retomar nossa terra, amamos a morte pelo amor de Alá da mesma forma que vocês amam a vida. Vamos queimá-los como Hitler fez, mas desta vez não sobrará um único de vocês.", publicou Samer em maio de 2011 no Facebook.

Onze anos depois, ele escreveu na mesma rede social: "Quando as coisas derem errado para nós, atirem nos judeus, isso resolve tudo".

Além dessas publicações, o The Telegraph destacou uma publicação feita por Samer onde ele celebra um atropelamento terrorista feito há dois em Jerusalém que vitimou dois meninos de oito e seis anos e um homem de 20 anos. "Em breve irão para o inferno", disse, o jornalista.

Além de Samer, outros repórteres da BBC tem publicações de cunho antissemita

A reportagem do The Telegraph trouxe a tona um outro repórter ligado à BBC árabe, o colaborador freelancer Ahmed Qannan, que também endossa ataques terroristas perpetrados pelo Hamas. Em janeiro de 2023, ele celebrou um ataque a uma sinagoga de Jerusalém.

O atentado em questão ocorreu no  bairro Neve Yaakov, quando um terrorista de 21 anos abriu fogo contra a sinagoga, matando sete pessoas.

Além dos dois, a Telegraph apontou também o escritor Ahmed Alagha, outro jornalista ligado a BBC árabe que comparou judeus com demônios.

“E, como sabemos, os 'israelenses' não são seres humanos para começo de conversa; na verdade, nem são animais. Talvez pertençam a uma raça para a qual nenhuma descrição consegue captar a extensão de sua luxúria e sadismo”, escreveu Alagha.

Em reposta a matéria do The Telegraph, a BBC disse que Elzaenen e Qannan não estavam trabalhando como funcionários da emissora pública do Reino Unido.

Já a BBC árabe iniciou uma investigação sobre vários de seus jornalistas que apoiam o Hamas, logo após os profissionais de imprensa terem celebrado os ataques do 7 de outubro.

Especialista diz que antissemitismo na mídia não é um fenômeno novo

Para Daphne Klajman, especialista em antissemitismo, Mestre em Diplomacia e Conflito, Coordenadora Acadêmica do Hillel Rio "o antissemitismo na mídia, infelizmente, não é um fenômeno novo. Desde o início do século XX, regimes autoritários entenderam o poder da imprensa e das imagens para difundir preconceitos e moldar opiniões públicas".

"A recente revelação de que Samer Elzaenen, colaborador frequente da BBC árabe em Gaza, publicou declarações abertamente antissemitas expõe uma preocupante normalização do discurso de ódio na mídia internacional".

Além disso, Daphne menciona que jornalistas com opiniões parciais, que celebram os ataques terroristas do dia 7 de outubro "levantam sérias questões sobre os critérios de seleção e verificação de colaboradores da BBC, além de questionar a verdadeira intenção do jornalismo da emissora".

"Nenhum preconceito sobrevive tanto tempo sem aliados poderosos, e a mídia, ao longo da história, tem sido uma de suas maiores cúmplices, completou.

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