Um rabino ultraortodoxo que interrogou sua própria filha durante um julgamento sobre abuso sexual foi condenado por molestá-la quando ela era criança. Um júri federal do Brooklyn condenou Israel Weingarten, de 59 anos, por ter viajado cinco vezes para fora do país para fazer sexo com uma menor. A vítima, hoje com 27 anos, disse que foi molestada enquanto viveu em comunidades hassídicas na Bélgica e em viagem para a Inglaterra e Israel.
Weingarten, um membro da comunidade satmar nos subúrbio de Monsey, foi seu próprio advogado durante o julgamento, fazendo um enunciado desconexo no início da apresentação, no qual declarou estar sendo falsamente acusado por uma filha que rebelou-se contra uma educação rígida. Os jurados ficaram do lado da vítima, que chorou durante o interrogatório, mas então ela virou a cabeça em direção a seu pai, dizendo "meus sentimentos sobre o fato de você ter me molestado significam o máximo da chantagem e anos de tortura... Não fui afetada o suficiente?"
Depois do veredicto, a filha disse que ser questionada por seu pai foi "como ser molestada novamente". E acrescentou: "Eu gostaria que ele não fosse meu pai".
A mulher mudou de nome, mas veio a público e identificou-se no tribunal como a filha do rabino. Ela compareceu ao julgamento vestindo terno e com os cabelos soltos, um jeito de se mostrar que seu pai desprezaria. Ela disse aos jurados que assim que cresceu ela deixou a religião e esperou "esquecer tudo o que tinha acontecido comigo", atenta ao fato de que seu pai a havia advertido que ela "nunca seria capaz de provar nada". Mas ela veio a público com o pedido de sua mãe, que estava transtornada em uma disputa de custódia com seu pai.
Ela disse ao FBI em 2003 que foi molestada desde a idade de 9 anos. Os promotores alegaram que Weingarten abusou sexualmente da filha, algumas vezes diariamente, e que viajou a vários lugares com o objetivo de ocultar seus crimes. A sentença será pronunciada no dia 3 de abril. As informações são da Associated Press.



