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Visitantes passam por um cartaz, que informa sobre a visita do papa Francisco, na entrada para a Igreja de Todas as Nações, em Jerusalém | REUTERS / Baz Ratner
Visitantes passam por um cartaz, que informa sobre a visita do papa Francisco, na entrada para a Igreja de Todas as Nações, em Jerusalém| Foto: REUTERS / Baz Ratner

Cidadãos israelenses relacionados com a extrema direita judia receberam ordens para não se aproximarem dos locais que serão visitados pelo papa Francisco durante sua viagem neste fim de semana à Terra Santa, com especial ênfase em Jerusalém, informou um porta-voz da polícia de Israel.

"Trata-se de ordens de afastamento que foram entregues para vários suspeitos de envolvimento em ações provocativas contra a visita do papa", explicou Miki Rosenfeld, porta-voz da polícia.

A fonte disse que as ordens foram entregues nesta quarta-feira (21) e terão uma vigência de quatro dias. A medida foi tomada em função de denúncias recebidas pelo serviço de inteligência israelense.

Rosenfeld explicou que se trata de entre quatro e cinco os indivíduos que receberam as ordens restritivas, mas não detalhou a dimensão exata do perímetro de segurança em relação ao pontífice e seu séquito.

O patriarca latino, Fouad Twal, expressou há alguns dias seu temor diante do aumento nos últimos meses dos atos de vandalismo cometidos por extremistas judeus, em sua maioria colonos de tendência ultranacionalista, contra igrejas, mesquitas e outras propriedades palestinas.

Em entrevista coletiva, Twal disse que este tipo de ato, que incluem pichações racistas contra Jesus e Nossa Senhora nos muros de igrejas e mosteiros, tanto no interior de Israel como na Cisjordânia ocupada, "envenenam o ambiente prévio à chegada do pontífice".

O clima de tensão aumentou com uma informação da imprensa local sobre um suposto acordo entre a Santa Sé e o governo israelense para resolver a disputa de quase duas décadas pela soberania do Cenáculo.

Este local, onde teria ocorrido a última Ceia de Jesus com seus discípulos, fica no segundo andar de uma edificação sob a qual os judeus acreditam que está o túmulo do mítico rei David, onde dezenas de ultraortodoxos rezam as 24 horas do dia.

Na semana passada, grupos de ultraortodoxos e ultranacionalistas convocaram uma manifestação nos arredores do Cenáculo para protestar contra o suposto pacto, que as autoridades israelenses apressaram-se a desmentir.

Além disso, criticaram a escolha do local para Francisco realizar uma missa, o que será um dos últimos atos de sua primeira peregrinação aos lugares santos do Oriente Médio.

"Estamos preocupados pelo futuro do país porque são radicais cuja força reside na impunidade. Não tememos pela segurança do papa, mas por Jerusalém", afirmou na sexta-feira (16) o padre Jamal Daibes, reitor do seminário latino.

Daibes, um dos encarregados da organização da visita papal, expressou, além disso, que com a desculpa das medidas de segurança contra os atos de vandalismo, a passagem dos fiéis seja impedida e se imponha uma espécie de toque de recolher em Jerusalém, o que faria Francisco caminhar por uma cidade fantasma.

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