SAN QUENTIN, EUA - O rapper Snoop Dogg, ex-integrante da gangue dos Crips, de Los Angeles, liderou uma manifestação contra a execução do fundador da gangue Stanley 'Tookie' Williams, marcado para dezembro por injeções letais. A palavra final caberá ao governador Arnold Schwarzenegger, astro de filmes de ação em que criminosos nunca são poupados.
O protesto reuniu algumas centenas de pessoas nas portas da penitenciária de San Quentin, na Califórnia, para ouvir discursos de músicos, lideres religiosos e representantes da Nação do Islã, a organização radical muçulmana.
Williams foi condenado pelo assassinato de quatro pessoas durante assaltos em 1979. Na prisão ele se regenerou e escreveu uma série de livros alertando os jovens sobre o perigo de se entrar para gangues, o que lhe valeu simpatizantes de peso como Snoop e o ator Jamie Fox, de "Ray", que fez o papel do ex-gangster no filme "Redenção, a história de Tookie Williams".
O caso dele se tornou um argumento de peso no debate sobre a pena de morte na Califórnia, como uma prova de que a pessoa pode se regenerar na prisão. O ex-membro de gangue, Diego Garcia, afirmou na manifestação que os escritos de Williams lhe deram novo rumo na vida depois de 10 anos nos Crips. "Eu estava completamente perdido e seus livros me inspiraram," disse ele.
A última petição de clemência de Williams teve uma resposta dura da Justiça. "Ele não merece compaixão. Existem evidências esmagadoras contra ele e nenhuma defesa minimamente digna de crédito. Mesmo assim, ele se recusa a assumir qualquer responsabilidade pelos crimes brutais que cometeu," afirmou a promotoria da Califórnia. O réu insiste na sua inocência.
Snoop Dogg afirmou que a execução de Tookie destruiria as esperanças dos que desejam se livrar da dura realidade da vida nas gangues. "Nas ruas não temos em quem nos espalhar,não temos líderes," afirmou.



