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Barbárie

Rebeldes arrastam soldados mortos por ruas da capital da Somália

Insurgentes somalis arrastaram na quarta-feira os corpos de soldados mortos pelas ruas de Mogadício e depois queimaram-nos, disseram testemunhas, de acordo com as quais 16 pessoas morreram e várias ficaram feridas em violentos confrontos na cidade.

Os corpos de pelo menos cinco soldados do governo somali ou da aliada Etiópia foram profanados durante os piores confrontos na anárquica capital desde que o governo interino assumiu o controle, em dezembro.

Em um lugar, dois cadáveres seminus foram arrastados pelos pés, apedrejados e chutados por uma multidão que gritava "Deus é grande", segundo um repórter da Reuters. Em outro, três corpos foram amarrados, chutados e também queimados, segundo uma testemunha.

Essas cenas lembram os incidentes ocorridos em 1993, depois que milicianos somalis derrubaram um helicóptero militar dos EUA. Os soldados norte-americanos foram também arrastados pelas ruas de Mogadíscio, o que precipitou o início da retirada das forças de paz enviadas pelos EUA e pela ONU.

Além dos cinco soldados, testemunhas e fontes médicas disseram que pelo menos 11 civis morreram nos confrontos de quarta-feira, que deixaram também 81 feridos, segundo um hospital local.

Quando os tanques avançaram para defender suas posições, os combates se intensificaram, porque seguidores de grupos islâmicos e clãs temeram ser alvo de uma operação de desarmamento.

À tarde, duas novas frentes de combate se abriram. "Nunca vi ou experimentei o tipo de luta que vi hoje. As pessoas corriam em todas as direções. Vi um velho morrer na minha frente", afirmou Faduma Elmi, 80 anos.

Este governo se estabeleceu na capital no final de 2006, após uma breve guerra em que a Etiópia expulsou um grupo islâmico que se apoderara da maior parte do país em meados do ano. Trata-se da 14a. tentativa de estabelecer um governo central desde a deposição do ditador Siad Barre, em 1991.

Tropas de Uganda tentam atualmente ajudar o governo a controlar o caótico país do nordeste do continente. A exemplo dos etíopes, os ugandenses são vistos por muitos somalis como invasores estrangeiros, razão pela qual são atacados.

(Reportagem adicional de Farah Roble e, em Nairóbi, Bryson Hull)

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