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Oriente Médio

Rebeldes matam 15 e Síria é acusada por crimes de guerra

Acusação foi feita pelo grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch. Rebeldes fizeram emboscada para forças de segurança na província de Aleppo

Soldados sírios checam civis nas vizinhanças de Homs nesta quarta-feira (2) | Joseph Eid/AFP Photo
Soldados sírios checam civis nas vizinhanças de Homs nesta quarta-feira (2) (Foto: Joseph Eid/AFP Photo)

O grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch acusou nesta quarta-feira (2) o governo sírio de ter cometido crimes de guerra enquanto mantinha conversações com a ONU para um acordo de cessar-fogo, e rebeldes sírios mataram 15 membros das forças de segurança em uma emboscada na província de Aleppo, segundo um grupo que monitora o conflito na Síria.

O grupo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha e que nos últimos 14 meses vem monitorando o levante contra o presidente Bashar al-Assad, afirmou que dois rebeldes morreram em confrontos que se seguiram à emboscada contra as forças sírias na província de Aleppo, no norte do país, nesta quarta.

A mídia estatal síria não divulgou informações sobre o ataque, o último de uma série de pesadas baixas infligidas às forças pró-Assad na última semana por algumas das milícias que tentam depor o governo.

O governo sírio vem impedindo a maioria da mídia independente de entrar no país ou restringe seu movimento, o que dificulta a checagem da veracidade dos fatos relatados por ambos os lados.

De acordo com o Human Rights Watch, forças do governo da Síria mataram pelo menos 95 civis e destruíram centenas de casas em uma ofensiva de duas semanas na província de Idlib, norte do país, durante as negociações de cessar-fogo.

O grupo de defesa baseado em Nova York afirmou que os crimes de guerra foram cometidos durante a ofensiva contra redutos da oposição em março e abril, enquanto o enviado de paz internacional da ONU, Kofi Annan, tentava acabar com o conflito na Síria, que já dura mais de um ano.

"Em nove incidentes separados documentados pela HRW, as forças do governo executaram 35 civis sob sua custódia. A maioria das execuções teve lugar durante o ataque a Taftanaz, uma cidade com cerca de 15.000 habitantes a nordeste de Idlib, em 3 e 4 de abril", disse o grupo em um relatório.

Investigadores do HRW observaram marcas de balas na parede que formavam uma linha de 50 a 60 centímetro acima do chão, acrescentou o relatório, aproximadamente a altura de uma pessoa ajoelhada.

"Enquanto diplomatas discutiam sobre detalhes do plano de paz de Annan, tanques sírios e helicópteros atacaram uma cidade após a outra em Idlib ", relatou a diretora associada do programa e emergências da HRW, Anna Neistat, em um comunicado que acompanha o relatório com base em uma investigação de campo em Idlib, realizada no final de abril.

"Onde quer que fôssemos, nós vimos casas, lojas e carros queimados e destruídos, e ouvimos de pessoas cujos parentes foram mortos. Era como se as forças do governo sírio usassem todos os minutos antes do cessar-fogo para causar danos ", disse ela.

O governo sírio não se pronunciou sobre o relatório da Human Rights Watch. Ele acusa estrangeiros apoiados por grupos armados de estarem por trás da violência e de matar mais de 2.600 soldados e policiais desde que a revolta contra o presidente Bashar al-Assad começou.

A ONU diz que as forças de Assad já mataram mais de 9.000 pessoas desde o levante iniciado em março de 2011.

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