
Os grupos rebeldes que há 19 meses combatem o regime sírio aceitam que integrantes do atual governo comandem um período de transição política na Síria, desde que o ditador Bashar Assad renuncie. A condição foi explicitada por dirigentes do Conselho Nacional Sírio (CNS), que agrupa a oposição síria no exílio.
Segundo Mulhem al Derubi, dirigente do CNS, é possível estudar a possibilidade de um governo de transição dirigido por uma personalidade do regime, desde que esse líder não tenha as mãos "manchadas de sangue".
Esta pode ser uma saída para encerrar a onda de violência que varre o país, em que já morreram mais de 25 mil pessoas, além de desalojar outras 250 mil de suas casas.
A proposta, disse Al Derubi, deve ser discutida em uma assembleia do CNS prevista para o início de novembro.
Outro grupo importante da oposição síria, o Exército da Síria Livre (ELS), também assegurou que concordaria com um governo de transição nesses moldes.
O porta-voz Fahd al Masri disse que o grupo rebelde aceitaria a participaçã o de personalidades do regime atual, desde que não estivessem envolvidas nem com a onda de violência nem com a parcela corrupta do governo.
Cessar-fogo
O Ministério das Relações Exteriores da Síria informou ontem que concorda com um novo cessar-fogo no país durante a festa de Eid ul Adha, a partir de 25 de outubro.
Porém, o representante destacou que o fim da violência no país deverá incluir os rebeldes e os grupos e países que os apoiam, em referência a Arábia Saudita e Qatar, que são acusados por Damasco de fornecer armas aos rebeldes.
Mais cedo, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, disse que conversou sobre o cessar fogo com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e ambos concordaram em promovê-lo.
"Achamos que seria melhor se os países com interesse primordial na crise, como Egito, Arábia Saudita e Rússia, também fizessem pedidos para promover o fim da violência", disse Erdogan.
A festa de Eid ul Adha tem duração de quatro dias e é uma das mais importantes do calendário muçulmano.
No período, os islâmicos lembram o sacrifício do profeta Abraão, que matou o filho Ismail conforme a vontade de Deus.



